continuam a ver-se todos os dias. Quando todos os dias têm de sofrear o impulso pessoal para a desforra e a vingança. Pode bem dizer-se que as feridas começam a fechar quatro gerações depois. “Duram cem anos as guerras civis”, relembra hoje o ABC. Não se vê como possam durar menos. Espanha está ainda partida ao meio. A tradição e nostalgia da República radicaliza-se nos nacionalismos Catalão e Basco, sem ter desaparecido (longe disso) na Andaluzia, em Castela e na Galiza. E neste panorama o Vaticano, à imagem do que já fizera com a Croácia – canonizando Stepinac, pessoalmente implicado no assassinato de Bispos Sérvios, entre os milhares de cristãos ortodoxos mortos em Iasenovac – vem agora beatificar, entre os setenta mil assassinados na rectaguarda, a um lado e a outro, os seus 498 mártires como lhes chama. O PSOE enviou à cerimónia um único representante: um dos subscritores do projecto de lei da reabilitação das vítimas do franquismo e familiar de um dos beatificados. Parece uma resposta à letra e à altura. O Governo de Espanha compareceu à cerimónia em legação chefiada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros. Razoável “fair play”, portanto. Mas a beatificação em presença tem o sabor da continuação da guerra por outros meios. Aliás à imagem de outras posições que o trono da Colina Vaticana – e a sua gente –já tomou e das quais aqui deixamos dois exemplos. Todavia o Cristo não padeceu na Cruz para a estrita salvação dos franquistas. Não há quanto a isso uma única linha nos Evangelhos. Quando olhamos as fotografias do cardeal Pla e do bispo de Málaga - ou de qualquer outro da época - não vemos porque não haveriam os republicanos de os tratar como a quaisquer outros inimigos seus. Nem nos surpreenderá que o voltem a fazer, para sermos completamente francos. É deplorável. Claro que sim. Tencionam canonizar Franco, também?
Sunday, October 28, 2007
COLINA VATICANA REGRESSA À GUERRA
continuam a ver-se todos os dias. Quando todos os dias têm de sofrear o impulso pessoal para a desforra e a vingança. Pode bem dizer-se que as feridas começam a fechar quatro gerações depois. “Duram cem anos as guerras civis”, relembra hoje o ABC. Não se vê como possam durar menos. Espanha está ainda partida ao meio. A tradição e nostalgia da República radicaliza-se nos nacionalismos Catalão e Basco, sem ter desaparecido (longe disso) na Andaluzia, em Castela e na Galiza. E neste panorama o Vaticano, à imagem do que já fizera com a Croácia – canonizando Stepinac, pessoalmente implicado no assassinato de Bispos Sérvios, entre os milhares de cristãos ortodoxos mortos em Iasenovac – vem agora beatificar, entre os setenta mil assassinados na rectaguarda, a um lado e a outro, os seus 498 mártires como lhes chama. O PSOE enviou à cerimónia um único representante: um dos subscritores do projecto de lei da reabilitação das vítimas do franquismo e familiar de um dos beatificados. Parece uma resposta à letra e à altura. O Governo de Espanha compareceu à cerimónia em legação chefiada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros. Razoável “fair play”, portanto. Mas a beatificação em presença tem o sabor da continuação da guerra por outros meios. Aliás à imagem de outras posições que o trono da Colina Vaticana – e a sua gente –já tomou e das quais aqui deixamos dois exemplos. Todavia o Cristo não padeceu na Cruz para a estrita salvação dos franquistas. Não há quanto a isso uma única linha nos Evangelhos. Quando olhamos as fotografias do cardeal Pla e do bispo de Málaga - ou de qualquer outro da época - não vemos porque não haveriam os republicanos de os tratar como a quaisquer outros inimigos seus. Nem nos surpreenderá que o voltem a fazer, para sermos completamente francos. É deplorável. Claro que sim. Tencionam canonizar Franco, também?
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment