A TVI pode estruturar os seus serviços noticiosos como quiser. E não quer o "Jornal Nacional" no estado em que estava. É normal. Sobretudo porque a malta do El País faz jornalismo propriamente dito e não teatro de revista. E resilta natural querer reconduzir um serviço noticioso à função noticiosa propriamente dita. Mas não, parece, sem que a Moura Guedes de largue aos gritos. E aos gritos nos diz que "tem" (por assim dizer) coisas novas sobre o caso Freeport e aliás contraditórias com as versões oficiais. Nós não estamos nunca do lado das versões oficiais. Mas a coisa é estranha. Porque, evidentemente, as “cachas” não são nem de Manuela Moura Guedes, nem do Jornal Nacional que, de resto, não é uma publicação, mas um noticiário da TVI. E portanto se essas coisas existem, a TVI pode noticiá-las quando quiser. Em qualquer serviço ou rubrica noticiosa que entender. As notícias são propriedade dos jornalistas? A Moura Guedes está a dizer que se não a deixam tornar pública a "sua" notícia, no “seu” jornal, não contará a história a mais ninguém? Está a dizer que não fornece os elementos à estação? Ou está a dizer que lhe suspenderam o jornal para ela não dar a notícia e, nesse caso, que coisa a impede de dizer isso ao MP, ou que coisa a impede, simplesmente, de dar a notícia nas declarações que está a prestar? O MP não a notifica para ir depor ao caso Freeport (já que tem ali anunciados elementos novos)? E a TVI não averigua disciplinarmente se há justa causa de despedimento por indiciada violação do dever de lealdade? Quase tudo nesta quincagenária travestida de adolescente nos parece estranho. Aguardemos a evolução das noticias.
Friday, September 4, 2009
Wednesday, September 2, 2009
OS PORNOCRATAS E A SATANARQUIA
Tuesday, September 1, 2009
Berlusconi em colisão com o papismo
O Avvenire, jornal clericalista de Itália, dirigido por Boffo, saltou em cima de Berlusconi. Saltar em cima de Berlusconi, bem entendido, é quanto resta quando os demais temas parecem excessivamente comprometedores. Quando nada se pode dizer além das generalidades já ditas sobre a crise e a retoma, sobre a dureza da vida, sobre a guerra, o terrorismo, as migrações ilegais, sobre a delinquência, sobre as alterações climáticas, resta sempre este tema específico que é Berlusconi. Il Cavalieri está sempre lá. Basta malhar-lhe. E assim fez Boffo. Mas Boffo, como a generalidade dos papistas, não deve tocar em público na temática da vida sexual alheia. É certamente aborrecido ter um primeiro-ministro que vai às pêgas. Seguramente exasperante é ter um primeiro-ministro que leva as pêgas para casa. Absolutamente repulsivo é ter um primeiro-ministro que casou com uma pêga. Um homem fica siderado quando descobre que umas pêgas foram levadas às listas para o Parlamento Europeu e eleitas como se de outra gente se tratasse. Não pode excluir-se, bem entendido e à luz dos princípios, a candidatura de umas pêgas enquanto tal, nem a eleição eventual destas, se votadas nessa qualidade, ou sem a ocultação dessa característica conduta. O problema aqui é terem sido eleitas como se fossem outra gente. Como se tivessem feito só outras coisas. Estamos perante contratos nulos pela imoralidade do objecto. É certo. E toda a gente tem o direito de bater nisto. Toda a gente tem o direito de bater em Berlusconi por isto. Toda a gente, excepto a corja papista. Porque onde Berlusconi se apresentou a contratar em nítido abuso de posição dominante, como o sabemos sempre tarde, a corja papista surge flagrantemente a molestar. Como toda a gente sabe desde sempre. Ora foi isto, foi por isto, que o director do Il Giornale tratou de saltar (muito) em cima de Boffo. E mandou publicar a referência à sentença judicial onde Boffo surge condenado por conduta sexual molestante. Il Giornale é de Berlusconi (irmão). E a presidência da “conferência episcopal” italiana toma a palavra “em nome dos cristãos” (imagine-se) para considerar muito grave o “ataque ao Dr. Boffo”. Atente-se que tais criaturas são iguais em toda a parte. É um critério organizacional. A normalização é um instrumento do poder. (Até no Tugastão). Eis pois aqui mais um idiota (entre cujas aptidões a hombridade não pôde nunca estar presente) a dizer que não se pode falar em público de nenhuma perversidade que a ele lhe diga respeito, directa ou indirectamente. Por mais pública que seja. “É muito grave” falar disso. Em todas as panascracias a coisa funciona assim. (No tugastão também). Não se trata aqui da homossexualidade (seja isso o que for). Homosexual terá sido Júlio César. Esta corja tem portanto de ser outra coisa. E assim vai, portanto, a “sociedade perfeitíssima”. Igual a si própria, como bem se vê. Il Cavalieri “apruma-se”, por assim dizer, e diz que não gostou de quanto publicou “Il Giornale”. (Como se o Tribunal não tivesse emitido sentença pública contra Boffo). Compreende-se que a reacção espontânea da sua gente lhe caia mal agora. Primeiro, porque anda congeminando modo de processar o