A mais eficiente e duradoura das polícias políticas foi a inquisição. Espantosa realização onde convergem todas as taras do papismo. Foi, como todas as realizações do género, obra entregue à escumalha. Só a escumalha vive na vacuidade moral necessária a tais tarefas. Por isso saíram os inquisidores das horrendas corjas das ordens mendicantes. Uns, eram pardacentos homens de Boaventura – carrasco dos companheiros de Francisco de Assis – ousando chamar-se franciscanos. Juntou-se-lhes a repulsiva gentalha de Domingos Guzmán. Ou o inverso. Funcionava a coisa nessas eras um pouco como hoje, na tugária. Recrutam-se os juízes entre as filhas das porteiras para obter efeitos parecidos. E esses efeitos aí estão. Os processos eram ensejos de saque. (Ainda o são na tugária, isto não está muito diferente como o atesta a criminosa “jurisprudência” em uso local, na qual se certifica a perseguição de qualquer protesto a pretexto da “honra” ferida qual seja a de um polícia torcionário, por exemplo, para não falar já na “honra” dos proxenetas de órfãos da Casa Pia, ou a dos seus clientes). Tais corjas assassinaram, evidentemente, gente a mais. Como sempre ocorre. Roubaram todavia mais do que assassinaram. Também isso continua vulgar. E inibiram mais do que roubaram. Ainda hoje assim é. Os assassinatos (menos frequentes), como a tortura (de emprego banal), serviam bem o terror entre as patas inquisitoriais e, à luz das infinitas possibilidades do horror, as vítimas do roubo talvez até se sentissem quase afortunadas. Tudo servia a conformação e o silêncio, mesmo diante do clima de denúncia generalizada. O medo do pensamento próprio foi fruto comum colhido por esta gentalha. Como o medo de falar. E a imagem correspectiva do poder (político, disciplinar, familiar). Espécies enraízadas na tugária, capazes ainda de eliminarem todos os frutos da terra. E ninguém podia travar a inquisição. Ninguém? Em boa verdade havia, nessas eras, uma brecha: os jesuítas. Os jesuítas podiam – pela absolvição em confissão ordinária, mas com eficácia plena em processo - arrancar qualquer suspeito de protestantismo, ou de leituras proíbidas, às patas da escumalha inquisidora e às minutas sórdidas da franciscalhada e fenómenos afins. Era o escudo possível consentido à nobreza e à inteligência. Bem entendido, sempre seria necessário aceitar tal intervenção, senão pedi-la. Uma espécie de capitulação cordialmente recebida. Porém tal coisa não é evidente nos parâmetros de conduta de um aristocrata. O medo da morte é natural. Mas mostrá-lo é aviltante. E deixar-se condicionar ou determinar por era (e é) inqualificável. Mas, resolvido esse conflito moral, pronunciada a fórmula absolutória pelo padre da Companhia, estavam salvas a vida e a fazenda da vítima. E a escumalha inquisidora não podia tocar todos. Não nos bispos, por exemplo. O processo inquisitorial contra um bispo tinha de ser conduzido por jesuítas. As polícias políticas posteriores esqueceram este detalhe. Tem que haver modo fácil e descentralizado de fazer parar estas escumalhas. Caso contrário a estrutura organizacional do poder corre perigo pela acumulação de inimigos inteligentes cuja força acabará por atingir o próprio centro do sistema e não apenas as periferias. Dá jeito poder continuar a dizer “não se pode generalizar”, sem ter de sacrificar nenhum dos esbirros e sem deixar ao alcance inelutável destes qualquer homem que valha mais que eles, aos próprios olhos de quem comandar. É mesmo útil consentir que a generosidade exista. Quando isso não queira conceder-se, é pelo menos necessário que alguma coisa funcione com imagem de generosidade (e mesmo a imagem tem de produzir efeitos críveis). É o mínimo. Ora nada disso está presente hoje na imunda tugária, ou país institucional. As polícias políticas montadas designadamente na Ordem dos Advogados, mas também no Conselho Superior da Magistratura, dão conta da resposta histórica à discordância de Cavaleiro de Ferreira. Este discordava da concessão de poderes jurisdicionais à PIDE e demitiu-se. Os proxenetas de órfãos licenciaram os seus “pides” em “direito” e largaram-nos como “magistrados” ou julgadeiros “disciplinares” de advogados. José Maria Martins protestava em 2006 contra um execrando homúnculo o “advogado Manuel Sebastião” e chamava-lhe “pide” no seu blog. (Também chamou três vezes porco a alguém e o três vezes chamado porco corre o risco de ser recordado apenas por lhe terem chamado aquilo). Na verdade o “advogado Manuel Sebastião” é coisa nenhuma. Vem com as ventas engelhadas em focinho de lagarto, sem lábios, coroando a presença enfezada onde se atestam as dez gerações de sífilis, alcoolismo e raquitismo que o antecederam. E onde se traduz e acolhe a ânsia que lhe provoca qualquer normalidade de qualquer ser humano. Traz a ausência de apelidos dos que foram abandonados na roda dos expostos. E a forma mentis do asilo na ialma. Foi engajado – certamente muitas vezes – e trazido a tão torpe função pela Vera Adão e Silva, em lista-pêga, ou paga, segundo um membro do gang, pelo gang da independente (vaga agremiação pretensamente maçónica, sem que nenhum maçon lhes tenha partido as ventas). Zelava esta Vera por um jovem Adão e Silva à data medrando em baixo de Paulo Pedroso quando este andava - erguido nas nádegas e por causa delas, segundo tudo indica - nas pastas ministeriais. Quem sobe a levar no rabo, desce a levar no focinho. É a regra imutável que a sociologia das organizações não desmentirá jamais. Pedroso ainda não levou no focinho. O jovem Adão e Silva ainda não levou no focinho. (Não deitem foguetes antes de tempo)... A Vera vigiava. O gang da Independente vigiava. A rede de clientes dos proxenetas da Casa Pia, vigiava. Eis então a pide dos proxenetas de órfãos, com um Alves a capitanear. Estatuto novo a escorá-los. Um gang (só um?) a pagá-los e os desgraçados de sempre a servi-los. Semi-alfabetizados e sem controle mínimo do léxico que usam e às vezes nem da grafia. Pode ser um qualquer "advogado Luís Martins" saído da Bichieira, sem nada que o distinga senão isso, mas irritante como o colibacilo. Ou um Manuel Sebastião. Vulgar paramécia. Ou Luís P. Relógio, outro desses fenómenos. (Cara repugnante como a imagem de um condiloma). A este, disse-lhe o pai, (como publicamente referiu), que ele ia estudar para aldrabão. E se lho disse o próprio pai, que havemos nós de acrescentar?... Têm todos em comum isso de viverem como tropeços e andarem aos caídos. Vítimas?... Há-as certamente. Havemos de os interrogar sobre as vítimas. Depois seguirão o destino que lhes cabe. Pobre Alves da Opus. Cretino incapaz de honestidade. E que estranhas alianças, se as palavras significassem ainda alguma coisa. Hábitos contra natura podem alicerçar tudo, não é assim? Como poderia a Opus não ser coisa dos Alves, traduzindo e partilhando a destinação desses Alves? Eis no que se traduz a prática chamada Direito na tugária: uma verborreia de minuteiro cuspindo textículos ao serviço de gangs que paguem. Com o empenho das Escolas onde não há teses. Como poderia haver teses em Faculdades de Direito onde quanto se escreve deve ser legitimado "ex autoritate" pela citação de quem não pode ter autoridade nenhuma?... E direito de mentecaptos é coisa que não pode haver. Mentecapto é necessariamente quem elabora grossos volumes de recortes sob forma de citação, por não ousar sequer o uso de uma preposição sem invocar a autoridade no uso anterior. Belo noviciado para quem deve perseguir a liberdade alheia. Tudo com umas missinhas à mistura. Porque não há eficaz prostituição de crianças órfãs sem umas bençãos em Loja de proxenetas papistas. Interrogá-los é imprescindível, sim. A todos. Depois disso, os infernos que levem quanto é seu. Sem prejuízo - evidentemente- de quanto determine a cósmica soberania do Altíssimo no que respeita à ἀποκατάστασις.
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