Nada de novo. A tugária é feia. A
tugária é porca. A tugária é má. E a tugária arde. É outro verão onde os
camponeses acreditam mais nos subsídios de catátrofe e nas indemnizações de seguro
do que no resultado do seu trabalho. A tugária arde outra vez. Mas nem assim se
extinguiu nas vezes anteriores em que ardeu. Talvez resista de novo. E é pena.
No Outono podem arder as cidades. Os projectos que ameaçam ser lei para a
reavaliação imobiliária podem lançar no desespero os sectores da pequena
burguesia urbana, que depois de terem adquirido casa – pela conspiração política
do lobby bancário – por quatro vezes o valor dela, estariam agora em risco de
tudo perder porque a crise vai baixar os preços a metade do valor real (e não
do valor de aquisição), parecendo que a voracidade fiscal da escumalha no poder
pretende as reavaliações pelo “valor real” ignorando-se a que coisa atribuem tal
designação. Se este for o valor da aquisição é prevísivel que não raros lancem
fogo às casas e recebam os prémios de seguro, enquanto as seguradoras não
falirem. A tugária é feia. A tugária é porca. A tugária é má. E isto não tem
solução. A população vira-se então contra si própria. Como é próprio do abandono
de toda a esperança. E a morte vem. Naturalmente. A tugária sobrevive. Mas morre
gente.
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