Thursday, January 3, 2008

CLUBE DE JORNALISTAS: LIBERDADE DE IMPRENSA (I)

Vimos ontem, por breves instantes – não foi preciso mais – o “debate” entre um (completamente desarmado) Director adjunto do Expresso e uma criaturinha petulante vinda da Entidade Reguladora da Comunicação Social, mas intervindo a título pessoal (parecia). Correu tal tragédia numa emissão chamada “Clube de Jornalistas” da RT de P2 (em conformidade com as designações oficiais a uso). Havia mais gente por cuja intervenção não esperámos. O Nicolau apareceu na figura do jornalista médio autóctone. Cheio de noções dispersas. Cheio de razão, mas absolutamente impreparado para a demonstrar. Compareceu em debate com impressões e sem tese. (Sem queixas concretizáveis, sequer). Mas também sem nenhuma reflexão sobre a matéria a discutir. Foi absoluta a incapacidade para desmontar o palavreado (obsceno) que se lhe opunha. O Nicolau achava (isso notava-se) que aquilo não podia estar certo. Mas discernir o erro (grosseiro, aliás) é toda uma outra história. Um fiasco, em síntese. E este é o cerne do problema da liberdade de expressão em Portugal. O primeiro problema é a incapacidade intelectual e política (ali absoluta) de a defender. A criaturinha petulante da ERC, com tiques de professora de instrução primária de província, chegou a assumir a coloração culpabilizante nas suas intervenções. (Terrível, aquilo). Culpabilizava o Nicolau por… Não saber. Aquilo foi um debate que devia ter sido travado a palavrão. A criaturinha obscena não destoaria em nada se estivesse enquadrada na Gestapo, (no NKVD eles eram mais viris e menos palavrosos) mas o mais natural é que tal fenómeno tenha emergido da Opus diaboli. A criaturinha obscena tomou a liderança, interrogando. E o que fez foi um interrogatório de polícia em matéria “técnica”. Com múltiplas alusões a “fontes secretas” (como um estudo comparativo parlamentar que não está “on line” e ninguém conhece). E – isto é determinante – gizou a sua posição opondo (acima) a entidade reguladora aos (abaixo) “regulados”. Ele disse “os regulados”. Esperámos pela repetição, para confirmar. E ela veio. “Os regulados”. (Referia-se às empresas jornalísticas e aos editores). Ninguém reagiu na mesa do debate. E para nós o debate acabou ali.

No comments: