Indigno. Fazer comparecer um combatente num "tribunal" da OTAN (é exactamente isso que aquilo é) onde se absolvem chefes de máfia albanesa, onde se ignoraram criaturas como Tudjman e sob cuja custódia morrem dois dirigentes sérvios, na mesma semana, não é coisa aceitável. Instrumentalizar a justiça como arma de guerra, não é coisa aceitável. Lavrov tem toda a razão. Como a tem o Presidente da Duma. Como a têm os sérvios que gritam traição, porque é precisamente quanto há a dizer. Entregaram, em pretensa "extradição", um cidadão nacional. Ora, contam-se pelos dedos os países que o fazem, mesmo quando a extradição é a sério e não simples entrega ao inimigo. Tadic desvaloriza-se a si mesmo. E faz indigna a Chefia do Estado de uma Grande Pátria que ostenta, orgulhosa, a cruz de Bizâncio nas suas armas nacionais. O testemunho do Semanário Sérvio de Madrid é precioso pela contenção. Tadic e o seu controlo de imprensa mentem como a OTAN. O primeiro por subserviência e a segunda por conveniência. O comentário do Blic é especialmente repugnante. Tadic não tem governo sem o apoio do Partido de Milosevic. A hostilização do Partido Radical - que só não é governo por não fazer alianças estúpidas - é a hostilização (bastante otanasca) da própria Sérvia. Os sérvios vão notá-lo. Tadic não recua sequer perante a imunidade parlamentar. (O Blic mantém o apoio). Mas é a imunidade dos dele que está a lesar, por mais que consiga atacar, prender, calar os deputados do Partido Radical. Aliás ninguém votou tal coisa. Tão peregrina ideia não estava sequer - nem podia estar - no programa eleitoral. Tal conduta percebe-se perfeitamente. E está fora do mandato. Nem faz sentido hostilizar os sentimentos manifestados pelos partidos fora do governo, porque essa é a maioria nacional (mesmo com os votos úteis, em Tadic ou nos socialistas). Traição, claro. E portanto, legítima defesa da Comunidade Nacional (é isso que Tadic quer proibir que se diga, mesmo no Parlamento)... Logo veremos como isto continua, porque não parece que vá acabar tão depressa.
Thursday, July 31, 2008
A OTAN e otanascas, UE e federastas
Indigno. Fazer comparecer um combatente num "tribunal" da OTAN (é exactamente isso que aquilo é) onde se absolvem chefes de máfia albanesa, onde se ignoraram criaturas como Tudjman e sob cuja custódia morrem dois dirigentes sérvios, na mesma semana, não é coisa aceitável. Instrumentalizar a justiça como arma de guerra, não é coisa aceitável. Lavrov tem toda a razão. Como a tem o Presidente da Duma. Como a têm os sérvios que gritam traição, porque é precisamente quanto há a dizer. Entregaram, em pretensa "extradição", um cidadão nacional. Ora, contam-se pelos dedos os países que o fazem, mesmo quando a extradição é a sério e não simples entrega ao inimigo. Tadic desvaloriza-se a si mesmo. E faz indigna a Chefia do Estado de uma Grande Pátria que ostenta, orgulhosa, a cruz de Bizâncio nas suas armas nacionais. O testemunho do Semanário Sérvio de Madrid é precioso pela contenção. Tadic e o seu controlo de imprensa mentem como a OTAN. O primeiro por subserviência e a segunda por conveniência. O comentário do Blic é especialmente repugnante. Tadic não tem governo sem o apoio do Partido de Milosevic. A hostilização do Partido Radical - que só não é governo por não fazer alianças estúpidas - é a hostilização (bastante otanasca) da própria Sérvia. Os sérvios vão notá-lo. Tadic não recua sequer perante a imunidade parlamentar. (O Blic mantém o apoio). Mas é a imunidade dos dele que está a lesar, por mais que consiga atacar, prender, calar os deputados do Partido Radical. Aliás ninguém votou tal coisa. Tão peregrina ideia não estava sequer - nem podia estar - no programa eleitoral. Tal conduta percebe-se perfeitamente. E está fora do mandato. Nem faz sentido hostilizar os sentimentos manifestados pelos partidos fora do governo, porque essa é a maioria nacional (mesmo com os votos úteis, em Tadic ou nos socialistas). Traição, claro. E portanto, legítima defesa da Comunidade Nacional (é isso que Tadic quer proibir que se diga, mesmo no Parlamento)... Logo veremos como isto continua, porque não parece que vá acabar tão depressa.
POLITICAMENTE CORRECTO
Wednesday, July 30, 2008
Jiménez Losantos
Um provocador a soldo da ”Conferência Episcopal Española”, colégio papista a pretender-se vagamente correspondente ao Santo Sínodo das Santas Igrejas de Cristo. Tem sido repetidamente condenado nos tribunais criminais de España pelos seus “ajustes de contas” radiofónicos, até com conservadores (se acaso em España houver alguém que seja outra coisa). Chamou “traidor” ao antigo Director do ABC. E tal periódico é um precioso órgão da direita española onde ela se nos confessa, quase sempre com toda a clareza, evitando-nos o imenso e inglório trabalho de lhe adivinhar as intenções. Mas nem isso basta já à Igreja de Franco, parece. Nenhum homem tem útero – bem o sabemos – mas, mesmo assim, aqueles parecem histéricos. Que o provocador insultante seja condenado, não nos inquieta. Mas as formulações das sentenças e até as da imprensa española já nos preocupam. O antigo Director do ABC confessou-se “satisfeito” (imagine-se). Já isso nos parece estranho. Não é certamente o Estado quem nos dá a honra. E não pode, por isso, ser o Estado quem no-la devolverá (este é o primeiro equívoco destes processos). A segunda questão resulta do facto das formulações adoptadas pelos juízes españoles e jornalistas solidários com eles, poderem ser subscritas por qualquer juez de qualquer ditadura latino americana. “A liberdade de expressão não é absoluta” (claro que não, todo o direito é relativo, aliás, é uma regulação de relações) e o Losantos teria expresso apenas “sentimentos pessoais” (e então? Porque não haveria ele de expressar sentimentos pessoais?) “insultantes” (cada um sente o que sente) “reiteradamente” expressos (completamente irrelevante, quanto mais se repete um insulto mais se esvazia). E enfim, (finalmente) um fundamento (um único fundamento) aceitável: Losantos imputava factos falsos às suas vítimas. Esta é a única coisa passível de condenação judicial (muito embora, a condenação cível seja mais adequada a tal debate do que o enquadramento penal). Quanto a “los demócratas españoles” Contra Ordem recomenda mais atenção. Não se sacrificam (como aqui nitidamente ocorreu) posições estratégicas a objectivos meramente tácticos. A Lei Penal Española fixa bem os critérios (embora continue a parecer-nos que o enquadramento penal da Liberdade de Imprensa é sempre desajustado). O desprezo temerário pela verdade é um bom critério. Mas só quanto à informação, i.e. quanto aos factos. Não devem fazer-se exigências penais de verdade à opinião. A opinião inidónea é punida no debate onde intervém e pelo resultado desse debate. Não noutras sedes. O tribunal é mau lugar para a tutela dos direitos da verdade nos debates ocorridos fora dele, porque também no formalismo do processo são iguais os direitos da verdade e da mentira. E não podem deixar de ser. Não há melhor solução prática. O tribunal dá muitas vezes a vitória à mentira sobre a verdade, de modo que a punição do vencido como mentiroso não seria, também, boa solução e jamais haveria outra. A Liberdade de Expressão deu demasiado trabalho aos melhores juristas de España como ao Tribunal Constitucional e é excessivamente clara desde os últimos textos jurisprudenciais de 1995, para voltar a ser posta em causa nos tribunais da Coroa, sobretudo por tão pouco. Não partilhamos o entusiasmo do El Pais. Embora o Losantos nos pareça um estupor. E da sua (dele) Conferência Episcopal, nem queremos (evidentemente) falar. Tuesday, July 22, 2008
Revisão Constitucional consumada em França
Aprovação à tangente. Mas aprovação. Actos de guerra sem informação prévia ou qualquer aprovação parlamentar (art. 35), excepto para o prolongamento das operações além de quatro meses. Possibilidade do Presidente intervir no Parlamento sem que as suas posições possam ser questionadas ou dar origem a qualquer voto sobre as matérias tratadas (art. 18). Novos poderes parlamentares, mascarando novos direitos da maioria parlamentar, permitindo agora a recusa de recepção de Projectos de Lei e cingindo a discussão em plenário ao textos adoptados em Comissão, podendo o parlamento instituir mais duas comissões do que actualmente (art.s 41,42,43). Novos poderes do governo quanto ao agendamento (em duas semanas, sobre quatro), como determina o “novo” art. 48 da reforma. O controlo difuso da constitucionalidade (art. 61.1) é formalmente intensificado (recurso para o Conselho Constitucional em impugnação da norma inconstitucional – por violação dos Direitos Fundamentais - traduzindo a respectiva declaração de inconstitucionalidade uma revogação automática, nos termos do art. 62). Mantendo-se, não obstante, o controlo político do Conselho pelo mecanismo da nomeação. O parlamento pode votar resoluções (sem carácter vinculativo e, por isso, inúteis) relativamente aos projectos da UE, sem qualquer possibilidade prática ou teórica de resistência política (88.4). Mas pode interpor recurso para o Tribunal de Justiça contra qualquer acto legislativo europeu por violação do princípio da subsidiaridade (velha figura cara à doutrina jurídica papista). A França pode participar na UE de acordo com as condições definidas pelo Tratado de Lisboa, quaisquer que sejam as circunstâncias políticas da União Europeia. O Conselho Superior da Magistratura é politizado, constituindo os seus membros de nomeação política a maioria deste órgão (art. 65). É instituído um defensor dos direitos (espécie de provedor dos cidadãos, em teoria) aglutinando as competências da protecção administrativa de menores, controlo das prisões e deontologia das forças de segurança, com as competências de intervenção junto de todos os serviços públicos, centrais ou municipais, sendo o seu titular de nomeação presidencial (art. 71.1). A tudo se junta um imoderado poder do Presidente da República quanto ao recurso ao referendum, dispensando todavia qualquer consulta o tema das novas adesões à UE (com excepção da Turquia). É a vitória, precária embora, da França de Hauriou e do Nacional Catolicismo. Sendo especialmente grave a “constitucionalização” do truque generalizadamente usado na guerra de 99 contra a Sérvia, para o efeito “desqualificada” na designação de “operação”. Tal regressão, formalizada, é gravíssima no plano global. Concretamente, porém, ponderadas as características do sarcoma a ferir a República Francesa, tais poderes podem resultar na mais negra tragédia para a Europa, pela lógica das vinculações por aliança. Lang votou isto favoravelmente. Porque o sarkozismo é um petainismo à escala das circunstâncias, não faltando sequer o apelo ao "novo espírito" e à "nova França". Perfeita loucura. E o semelhante gera o semelhante. Nem a França será uma excepção. Nem a eventual eleição de Obama poderá ser travão suficiente (e isto poderá revelar-se a resistência possível à mudança ante-visível na orientação da política externa americana). As reacções populares alemãs deixam antever uma transmutação possível no "eixo-atlântico". A reacção acantona-se já - à cautela - no eixo europeu "Paris-Roma"? A inconsistência na política externa dos conservadores na Europa avança, isolada embora, para o belicismo? Tudo é possível. É até possível (perfeitamente possível) que Obama não venha a representar o prometido papel. Mas em breve teremos tudo esclarecido. Não demorará um ano, sequer.
“Poeta falhado”, dizem eles
Karadzic, chefe político da guerra popular dos sérvios da Bósnia foi captura
do e será entregue ao Tribunal ad hoc, sob cuja custódia já morreram Milosevic e o presidente da Kraína sob ocupação. "Poeta falhado", diz o Libération, cujo redactor seguramente nunca o leu. Moscovo faz notar que o Tribunal deve ser independente, sublinhando as excessivamente evidentes parcialidades entretanto exibidas. O presidente da fictícia Bósnia (ficção dispendiosa) veio dizer que a prisão e entrega de Karadzic não resolve o problema do projecto sérvio estar vivo e ter – praticamente inalterados – os seus apoios sociais e políticos (claro que sim). Assim se demonstra ser tal “paz” a continuação da guerra e nem sequer por outros meios. A Rússia, há três dias apenas, teve uma conferência de ministros dos negócios estrangeiros com a Sérvia. E a nota oficial é importante. Hoje, Karadzic, orgulhoso Tchetnic, filho de Tchetnic, começou a percorrer o calvário que, antes dele, percorreram seus pais. Não sabemos se sairá vivo dos cárceres de Haia, parecendo embora pouco provável. Não sabemos se quem o entrega hoje viverá também muito mais tempo. Não sabemos sequer se a Europa Ocidental não se deixará arrastar para a Guerra a breve prazo. Sabemos que os Sérvios serão Sérvios até ao fim da História. Sabemos que S. Lázaro estará sempre entre os seus. E que Stefan Lazarovic tinha razão quando alinhou pelo Sultão Bayazid contra os cruzados. “Antes o turbante turco que a mitra papista”. E faríamos bem em recordar um lema político do pan-eslavismo, de verdade bem demonstrada: “antes o chicote russo que a liberdade alemã”.
Wednesday, July 16, 2008
É SEMPRE PRECISO MUDAR MESMO QUE NÃO SEJA GRANDE COISA
O procurador do TPI lança perseguição processual a um Chefe de Estado
Monday, July 14, 2008
CIMEIRA DE PARIS: A SÍRIA ROMPE O CERCO
e limpar o que fizeram, se o conseguirem). Navegação do mediterrâneo. Perfeitamente inócuo. Migração ilegal… Nisso já deveriam os dirigentes árabes e turcos pensar duas vezes. (Como certamente farão). Em tudo o mais esta cimeira significa que quem desencadeou a estratégia da exasperação de tensões, ou não aguenta mais a tensão gerada, ou hesita quanto ás forças que lhe restam. É simpático sabê-lo. Agora só têm de pagar o preço. Depois há – como em tudo – as fitas, o folklore e o lixo. Fita, foi a ideia em cujos termos nunca se esteve tão perto de um acordo com os Palestinianos. Qual acordo? Regressam às fronteiras traçadas pela resolução da ONU em 47?... Fitas. Folklore (sem quebra de simpatia) parece ser a abertura da Embaixada Síria em Beirute. Não é propriamente uma simples transigência da Síria, convenhamos, muito embora o Líbano seja produto de simples ficção e conveniência europeia. O lixo foram as declarações de Sócrates que não faz a menor ideia do significado prático da reunião. Ainda bem que Portugal não tem política externa. Ia ser uma desgraça se a tivesse. Parece ter havido também algum sarcasmo. Assim, a Síria declara estar pronta a manter com Israel "relações normais". Nada mais claro. Vejamos agora o que a normalidade possa ser. Friday, July 11, 2008
VINCULAÇÕES E PERSPECTIVAS
A administração Bush lança obstinadamente as âncoras de uma política externa assente na sua limitadíssima eficácia militar. A “guerra-maravilha” traduz-se afinal nos corpos de exército a borregar, no Afeganistão e no Iraque, diante dos modestíssimos meios de combatentes clandestinos, conformados com a crueldade das soluções que lhes restam. Limitação demonstrada, também, em ocupações dispendiosíssimas, eternizadas e inúteis, nos Balcãs. Mesmo assim, os USA quiseram vincular a República Checa e a Polónia, querem seduzir a Lituânia e procuram a Ucrânia possível, no cerco à Rússia (entenda-se: a Ucrânia dos polacos em unidade com os nostálgicos da SS Galicie e com a avidez dos sórdidos papistas locais, nada de que possa esperar-se senão a desgraça, evidentemente). Mas os USA vão arrastando esses governos, de países divididos ao meio, para decisões onde lhes faltam
quaisquer bases populares de apoio. Nem lhes escapam a Croácia e a Albânia, transformando-se a NATO em coisa inverosímil. Um saco de gatos. Pretensa aglutinação de inimigos tradicionais e de conflitos herdados, mas assumidos. Mantêm a provocação do Kosovo. E estimulam a política agressiva da Geórgia. Afirmam-se disponíveis para defender os seus aliados contra o Irão. (Cuja eficácia militar e determinação já foram testadas várias vezes, de modo que nenhuma esperança de vitória militar pode razoavelmente existir aqui). Entretanto, o agressivo Ehud Olmert compareceu pela terceira vez em declarações como suspeito de corrupção. E o Hamas agradeceu ao Egipto a fraterna ajuda prestada à população de Gaza perante o escândalo do bloqueio israelita. Mas alheio a todos os detalhes (por mais significativos que Thursday, July 10, 2008
Humor, Amor e Garb
Pour toi je soulèverais des montagnes et détruirais des collines sur mon chemin
Pour toi je ravirais des étoiles et te les porterais jusque dans ta main…
Pour toi, j’alignerais les planètes et je t’en ferais un collier, quel dessein !
Bon, on couche ensemble ou dois-je d’abord détruire tout l’univers ?
"continueremo a dire quel c....o che ci pare"

Nada em Parvagal se parece com coisa nenhuma. As gentes que aqui se exibem não são parecidas a ninguém que se conheça. E isto vem a propósito da Senhora Carfagna (na foto à direita). Quem é a senhora Carfagna?... É a Cardona de Berlusconi. Quer processar a Guzzanti (por acaso filha de um senador de Berlusconi) por esta ter feito alusão a um escândalo sexual. Mas quando se olha para a senhora Carfagna percebe-se que as alusões a um escândalo sexual surjam plausíveis. Quando se olha a Cardona também se tem um arrepio, em todo o caso. Por motivos completamente diversos, embora. Pois a Cardona de Berlusconi decidiu processar a Guzzanti. Nada de mais. Fini também se mostrou ofendido. A Guzzanti (foto à esquerda) respondeu a tais ameaças e anúncios. "Há anos que vocês se sentem ofendidos", diz ela do seu Blog abaixo (entretanto abatido): " (...) Non ci fate nessuna paura e sappiate che noi continueremo a dire quel c....o che ci pare, criticando chi vogliamo e come vogliamo. Questa è la libertà. Non ce lo spieghi né tu né nessun altro dei tuoi non eletti colleghi, cosa sia la libertà». Bravo!