As “forças de segurança” são responsáveis pelos crimes mais cruentos no território dos tugas. Desde a decapitação de Sacavém até ao assassinato de Kuku, passando pelo rapaz a quem a PSP disparou uma bala pelo recto acima, em Évora, não acabam as histórias, sempre disfarçadas pelo aparelho judiciário. Sempre ocorrendo em clima – e tem sido assim quase sempre – onde o homem comum (na verdade, o lunpen) tende a pensar que “as coisas são assim mesmo”, que o poder é a possibilidade de fazer mal a alguém sem resposta possível. Até há quem diga que “é assim que deve ser”. E de facto tem sido. O recrutamento da judicatura no lunpen ao longo de três décadas (as sociografias do CEJ são evidentes) dá como resultado, não apenas uma amálgama de textos “jurisprudenciais” que poderiam alimentar qualquer antologia cómica, mas também uma magistratura de gente feroz com os fracos e fragilíssima com os fortes. Em tribunais insusceptíveis de independência. Ocasionalmente alarmam-se os capões quando as vítimas se soerguem. Quinhentos garotos da periferia de Lisboa manifestaram-se contra o homicídio de cinco dos deles pelas ”forças de segurança”(o último dos quais foi Kuku, uma rapaz de 14 anos). Logo os capões se agitam com a “extrema-esquerda internacional”. E o “perigo da revolta”. Multiplicaram-se os mails provocatórios – em retaliação - dirigidos aos membros das direcções de associações de direitos humanos: “andas a ser comido por um preto?”, perguntava um deles… Os capões trazem as cabecinhas cheias com a sodomia que lhes enche a existência e lhes foi ministrada como referência de cordura pelo papismo, desde pequeninos, segundo tudo indica. A tudo os miúdos afro-portugueses da periferia responderam bem: “Diário de Notícias, diário da polícia”, “macacos albinos”, “antes eras homem, agora és um polícia”. “Polícia bovina”. “Polícia racista, assassinos”. E deixaram um compromisso: “isto não pára aqui”. Contra Ordem notou uma bela faixa da ACED: “Matem a Morte!”… Nada disto foi reportado pela imprensa dos capões. Evidentemente. Felizmente ninguém lê aquilo a não ser a industria da publicidade que a alimenta e é o único negócio de tal imprensa.
Sunday, January 18, 2009
Os capões e a revolta
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