O Ano lectivo da tugária está prestes a começar. As editoras colhem já os frutos da sua capacidade de sedução dos professores do secundário para a adopção de manuais escolares. Num país que não lê, o livro escolar é a salvação das editoras. A negociata é de tal ordem importante que as editoras espanholas já entraram nele. Por piores que sejam os manuais, eles são adoptados com autonomia, escola a escola. As editoras seduzem os professores com técnicas próximas às dos delegados de propaganda médica face aos clínicos do serviço nacional de saúde. Devia haver uma agência de acreditação para os manuais escolares. Mas não há gente de confiança para estabelecer qualquer agência de acreditação. Vigora o princípio em cujos termos os funcionários patrimonializam quaisquer competências que se lhes entreguem sempre que o puderem fazer. Uma desgraça. Boa parte das famílias está, em fim de férias, a contar os tostões para gastar uns 250 euros em material escolar para cada criança. Num país onde o salário mínimo não atinge os 500 euros disponíveis. Para ensino público universal e gratuito isto é um absurdo gritante. E boa parte desse esforço destina-se a remunerar a corrupção. Como de costume. Como em todos os quadrantes. Maldito seja o estado das máfias.
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