Um movimento para a criminalização da
prostituição ganha fôlego na Europa. Em França e na Bélgica querem radicalizar o “modelo
sueco” – disposições legais que obrigam os suecos a irem aos bordeis da Noruega
para evitarem as multas, ideia e prática que irrita justificadamente os noruegueses
– e fazem-no em nome da “dignidade da mulher” e da sua “imagem”. A verdade é que não existe “dignidade da mulher” (só
existe dignidade do género humano) e também não existe “a mulher”. Só existem
mulheres. Por outro lado, não são apenas as mulheres que se
prostituem. (Também há, como nota uma voz amiga, os deputados, os jornalistas, os advogados e os eclesisásticos, embora não seja exactamente disso que estamos falando). De modo que uma tal perspectiva não foca, ou foca apenas residualmente, a prostituição masculina (incluída a dos "gajos" que dizem ter
"alma de gaja" e implantam mamas e rabos de silicone, em conjugação com implantes
para aumento do pénis... Se o problema é o da imagem, talvez pudéssemos começar
por estas estranhas imagens). A ideia também não trata a pornografia. Pelos
vistos (e por exemplo) a mobilização massiva das mulheres de Budapeste pela “indústria da pornografia” não merece a menor atenção. A prostituição homossexual
das mulheres parece também estar fora das preocupações, uma vez que o alvo
gizado é “o cliente” (masculino) da prostituição feminina. Bem entendido, essa
forma de prostituição verá acentuadíssima a sua clandestinidade e
intensificados os riscos, designadamente os da violência. Não falando já do indecoroso papel reservado (e consentido) ao "chui" que se traduziria na outorga de carta de corso ao voyeurismo dos polícias. Era realmente o que faltava. (Como se a sordidez do polícia médio não fosse um dos primeiros problemas dos sistemas públicos de segurança). E como isto se congemina
em França e na Bélgica, a Espanha, a Itália e a Holanda (mais a tugária, mas
essa nem para isso conta) ficariam com o ónus de aturar os clientes completamente
neurastenizados pelas circunstâncias impostas – se vierem a impor-se, como tudo
o indica - em França e na Bélgica. (Há em todo o caso a esperança de deixar de haver Bélgica). Isso
implicará, no mínimo, aumento de pressão sobre as tarefas de polícia e sobre os serviços de saúde. Isto visto,
senhoras e senhores deputados e venerandos senadores, incumbe-nos fazer notar que isto parece mesmo saído da cabecinha
(realmente minúscula) do minúsculo Montes que é o ”bispo” papista das “mães de
Bragança”. É realmente de se lhes meter a porra do bispo – como nós os gregos
costumamos dizer – pelas ventas dentro, a ver se alguma coisa se alumia naquelas
cabeçorras.(Porra é uma velha palavra grega que significa bordão, já tínhamos dito isso, até, mas foi há muito tempo e a repetição pode ser útil).
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