Cercada por uma alegria Montonera,
Cristina Fernández confirmou na vitória de hoje coisas importantes como “uma
Argentina cada vez mais igualitária”, o aprofundameno da democracia política e
a construção da democracia económica. Sublinhou a continuação do projecto
iniciado em 2003. Sublinhou o ressurgimento argentino, dos abismos político,
económico e moral. Realmente, não pode ter sido fácil. E continuará a não ser.
Mas esta vitória confirma o distanciamento da América Latina face à abusiva e
permanente intrusão americana. Sobra pinochetismo bastante isolado na sua
profunda estupidez. E o depauperado México. Não será com isto que os USA vão
seja onde for. Esta foi uma noite de boas notícias. A UNASUR pode preparar a blindagem
da América Latina contra a crise financeira. Chavez avança a possibilidade da
instituição de uma nova moeda a partir do sistema de compensação (SUCRE). E essa (boa) experiência poderia
generalizar-se ao sub-continente inteiro, sim. Se isto ocorrer, a China, a
India e a Rússia não deixarão de fazer outrotanto (em nossa convicção),
porque a ideia de sobrevalorizar o facto dos USA pagarem à China cerca de novecentos dólares
por minuto – o que é verdade e não é propriamente uma oferta, nem um favor – deve
ser complementada com o facto da China ser todos os dias burlada (senão em cada
um dos minutos) pela quebra de valor da moeda americana, como o vai ser pela quebra de valor da moeda
europeia. Eles vão superar a crise pelo anestésico da quebra da moeda. Mas esse
anestésico é interno. É ruínoso para os parceiros. A Eurásia tem de blindar-se
do ponto de vista financeiro. E não há nenhum motivo para que não o faça. Tudo
ponderado, nem sequer percebemos porque não o fez já. Esta foi uma óptima noite. São boas noites as que nos dão notícia de que o mundo continua a mudar para melhor.
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