O programa eleitoral do partido socialista foi apresentado e corresponde a coisa nenhuma. Generalidades e propaganda. Com umas promessas absolutamente inquietantes quanto à reforma do processo civil e laboral. Mas sem que uma palavra haja sido dita sobre a objectiva inviabilização do acesso à Justiça que vitima as classes médias e foi construída a partir da “reforma”, “socialista” das custas judiciais. E a indecorosa revogação de qualquer apoio judiciário útil perpetrada pelo celerado Júdice com a complacência dos capões de Barroso-Lopes. Nem uma palavra, também, sobre a gestão dos rendimentos gerados pelas taxas de justiça absolutamente usurárias e cuja gestão escapa completamente às regras da contabilidade pública. (Vamos ter grandes surpresas quando pudermos olhar para aquelas contas e enquanto o não pudermos todas as suspeitas são legítimas). O exame das contas do Cofre Geral dos Tribunais e o exame minucioso das respectivas práticas de gestão, oferecerão dos altos escalões da magistratura a imagem da sua identidade real: mais uma corja. Nem uma palavra diz o partido de Sócrates de Massada sobre o aumento brutal da coacção sobre advogados (com a sanção pecuniária especial que se junta à miríade de processos disciplinares e criminais pelo simples uso da palavra em processo). Nem uma palavra sobre o ultraje dos vencidos em juízo, a quem é exigido que paguem os honorários aos advogados da parte contrária – e esses vencidos, nas actuais circunstâncias de absoluta selvajaria, hão-de ser quem tem, muito provavelmente, razão – nem uma palavra sobre nada, em tal "programa". Sob o governo do socialismo de Massada a perversão do Direito continuou e agravou-se. O partido socialista é verdadeiramente um “partido revolucionário institucional” à mexicana. Com uma capacidade de sedução efectiva e demonstrada sobre a direita ultramontana (selvajaria confessa do papismo pedoclasta, q.e.d.). Neste programa eleitoral confirmam-se décadas de evolução na federação de interesses dos papistas de todas as vertentes e traduz-se o grau de instrumentalização a que se prestam os homens da tradição republicana de esquerda, que ainda ali estão e visivelmente ali não podem continuar. Este programa traduz a inevitabilidade da cisão do PS. Anuncia o seu fim. Nem é possível dizer diante de tal programa que o PS pode ser um voto útil diante do horror dos capões do cavaquismo na primeira linha da vida pública. O partido do Sócrates de Massada da Beira está cheio de criaturas rigorosamente iguais aos capões do cavaquimo. Desde a vacuidade ideológica, passando pela permeabilidade à pedoclastia papista. Depois há umas mulas que só ali cabem, isso é certo. Mas a mula é - apenas e sempre - o produto da exasperação de um cavalo e da complacência de uma burra. E é estéril. Embora possa ser útil. Este programa traduz a imprestabilidade de tal partido. E, sobretudo, a sua nocividade. Uma grande massada confessada. Com o basileus que lhe cabe.
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