Medina Carreira - fugida a vida num fiasco político irremediável - procura causar tanto mal quanto possa. Isso é bom. Embora a quem grita que os outros não sabem o que dizem seja exigível que saiba o que diz. Ontem o Carreira foi a uma televisão repetir o que sempre disse. Diz que quer investimento para a exportação (o que em plena crise do comércio internacional não deixa de suscitar um sorriso) e quer saber porque é que os investidores vão para a Europa Oriental e não vêm para aqui. (Se ainda não sabe, não adiantará grande coisa explicar-lho). Mas pode sublinhar-se que bancos infinitamente mais importantes que os da tugária estão bastante aflitos com as quebras da moeda na Polónia e na Roménia (por exemplo). Alguns perderam mesmo metade do capital investido (e não estamos a falar de lucros). Foram assinalados riscos de insolvência, que não estão ultrapassados. As unidades industriais que aí se instalaram (a OPEL da Silésia, por exemplo) poderiam ver os benefícios acrescidos pela quebra de valor dos salários arrastados pela desvalorização da moeda (com uma mão de obra de inigualável qualidade, porque é inteligente, bem preparada, com hábitos de trabalho e bem disciplinada). Mas essas unidades industriais estão reféns da crise. O destino da marca OPEL(sempre por exemplo) é incerto e a sua posição no mercado não tem futuro claro, nem presente que lhe sorria. Já a DACIA é uma outra história. Produzindo, como produz, por definição, o carro europeu mais bem adaptado à crise. Barato. Sólido. De linhas aceitáveis. A DACIA é um êxito comercial que promete ampliar-se, como uma Hyundai europeia. Mas a Roménia está em péssima fase. Todavia, produz uns três mil doutoramentos por ano de elevadíssima qualidade intelectual e forte credibilidade universitária. (A Língua Romena é a segunda mais falada na Microsoft e isso é uma realidade que vale mil palavras). Medina Carreira quer saber porque é que os investidores preferem terras de gente normal? Não é evidente a resposta? Propõe mesmo que se faça um estudo sobre isso... Ora, ora. Velho tonto. Só o seu sentimento de revanche é respeitável. O resto não. Esta gentalha é lixo e deve seguir por isso as vias da reciclagem possível, ou as da co-incinerção. Como obteremos isso? Deixando tudo claro. Não votando. O voto em branco é ainda um voto no sistema. Uma aceitação do sistema. Uma exigência ao sistema. Ora o sistema não pode ser melhor do que aqueles que o fizeram ou fazem. A abstenção é a resposta. Primeiro -para quem possa- é a abstenção de viver aqui. Toda a gente que o possa fazer deve sair. É a única forma de estar a salvo. Radiquem-se em Espanha, ou vão para a Austrália. É indiferente. Mas não continuem aqui. Organizem-se no exterior, se o quiserem, processem esta corja no exterior (é universal a competência de todos os países para julgar os crimes contra os direitos do homem e esses criminosos não faltam aqui). Quem saia, deve sentir-se grato a Deus por ter podido fazê-lo. Mas não deve iludir-se. Quem sair, sai forçadamente. Porque esta canalha lhe ocupa a terra. E persegue a palavra. Ameaça as casas e as vidas de todos os demais. É preciso sair. E retaliar a partir do exterior. No interior, é preciso preparar a defesa própria de quem aqui vive. E é preciso ter em conta que o principal risco é a gentalha que tem a organização militar e paramilitar nas patas. Mesmo sem crise, a delinquência mais violenta tem sido a das forças de segurança. Com a crise só Deus saberá o que pode acontecer às populações com essa gentalha armada e à solta (e com fome, com ânsias, sem hierarquia que não seja a do delito e a das complacências mais inacreditáveis). Enquanto não houver intervenção militar externa, a crise fará com que todas as medidas de autodefesa dos homens e das populações sejam legítimas. Não se vê infelizmente - salva a ocorrência de um milagre- que "o país" possa dispensar uma fase de protectorado internacional com intervenção militar directa. Daqui a vinte ou trinta anos, com doutoramentos produzidos em universidades que contem, com gente normal crescida em sítios normais, com gente mais velha a saber o significado prático das coisas, daqui a vinte ou trinta anos talvez apareça aqui alguma coisa que valha globalmente a pena. Que valha algum esforço. Algum risco. Alguma aposta. Agora não há. As tarefas políticas são as da retaliação (tão justa quanto possível), as da eliminação de todas as vantagens ilícitas, as da recuperação de todos os fundos que estas significam e as da sobrevivência material das pessoas e das famílias. Mas a mais segura das protecções é sair daqui. É tudo. Entretanto e caso seja necessário, Contra Ordem pode (a título excepcional) dar-lhes uma sugestão quanto aos sítios onde as urnas eleitorais podem ser metidas. A abstenção é a única resposta política a estas circunstâncias.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment