A Itália e a França (como a Argentina) conheceram uma acentuação das suas taxas de crescimento nos anos em que ganharam o Campeonato do Mundo. A coisa está suficientemente estudada para ser assinalada do ponto de vista estatístico. Já os mecanismos não estão estudados. Podem ser os consumos eufóricos, pode ser a resposta externa à popularidade do país. Podem ser várias coisas. Não se sabe quais. Estes estudos ainda não estavam dotados das técnicas de análise que radicam na Teoria dos Jogos e sublinham a Economia dos sujeitos decisores (porque na Economia toda a gente decide), estudando os factores da decisão. E pode bem ser que o Zapatero tenha razão. Que a Espanha se levante por determinação unânime e decisões concertadas de impacto económico que ultrapassem o comportamento pontual. E pode ser que não. Se sim, os independentismos terão a força que a prosperidade traduz na disponibilidade para ouvir ideias novas e ensaiar novos projectos políticos. Se não, os independentismos matizar-se-ão com a urgência da subsistência material das comunidades, culpando o centro político impotente pelo fracasso económico nos territórios das nacionalidades históricas, ou imputando-lhe a parasitagem das prosperidades locais (como há tanto tempo sublinha a opinião pública catalã que se sente a sustentar Madrid). "Espanhóis somos todos" e somos muito diferentes. A nova Hispânia (que é uma nova consciência das insuficiências dos respectivos sistemas políticos e da sua inadequação) pode concertadamente fazer face a problemas comuns num processo novo de integração e cooperações regionais. E pode soçobrar colectivamente em conflitos estéreis, onde toda a gente morrerá de fome e raiva cheias de razão e razões. E um dos vectores mais perigosos para a chegada do futuro à Hispânia é o execrando papismo. Os vectores da tradição republicana - como os da Monarquia liberal - já estão suficientemente distantes do fenómeno para o poderem perceber. É preciso que percebam agora a (premente) necessidade de o eliminar. E com essa eliminação resolver-se-iam alguns problemas económicos. Conjunturais, uns. Estruturais outros.
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