Tudo se vai esclarecendo na tugária. O projecto de revisão constitucional do PSD com as propostas de fim da educação universal e gratuita e o fim dos cuidados de saúde universais e gratuitos, suscita alguns problemas que devem ser bem colocados. O primeiro é o da mentalidade. Homens servis, até aos limites da relevância patológica, são visceralmente inimigos de qualquer liberdade de qualquer homem. E o sobressalto é um instrumento de dominação. A tranquilidade perante a doença, a certeza de que o sistema nacional de saúde tratará qualquer caso com um grau médio de eficácia que explica o prolongamento da esperança de vida dos portugueses, isso é coisa que os “educados” pelos pederastas papistas nunca perdoaram em boa verdade. Parece-lhes mal. Acham uma “desresponsabilização”. Por eles estava bem o país cheio de gente a cair de podre, com portadores de infecções crónicas que, em caso de perigo social, o Estado resolvia pelo isolamento asilar, paralelo ao das prisões. Para eles estava bem o medo da doença a determinar a poupança para o caso de uma doença que pudesse vir. E vinha, porque isso de não comer para ter dinheiro no caso de ficar doente era realmente forma segura de adoecer. Mas para esta corja uma população que não esteja exposta às agruras do “destino”, no que à saúde respeita, é um problema político para eles. A doença, como medo, sobressalto, ocasião de dor exemplar, é importante para a “disciplina” social e a grande medicina é ir a Fátima de rastos (um grande remédio para as artroses, infalível para o reumático e eficaz até nos casos de condiloma anal, parece, um mal que os pederastas papistas devem conhecer bem). Depois, a doença reforça a estratificação social. Porque a classe baixa pode assim voltar a meter nojo. E passa a ter de ser fisicamente mantida à distância pelo perigo de contágio. Não há nada melhor, parece, do que voltar à taxa de mortalidade infantil de 30% para manter “essa gente”, dessa “espécie”, dessa “condição”, nos eixos. Os velhos são peso orçamental excessivo e portanto não se vê que o serviço nacional de saúde deva obstar à “sucessão natural das gerações”. É ” inevitável”, como eles costumam chamar ao que querem. Anima-os a doutrina papista. Chamam-lhe “princípio da subsidiariedade”. Não é por acaso que o rosto desta proposta é o daquele Paulo Teixeira Pinto. Um perfeito anormal, evidentemente. Um moribundo a querer deixar o mundo pior do que o encontrou. Homem promovido pela subserviência e enriquecido pela felonia. Nos termos desta doutrina, o Estado não é o primeiro instrumento de solidariedade da comunidade nacional. É o último. O grande problema nestas coisas é que não pode ser o último se não for o primeiro. E isto vale portanto a anulação. Pode-se ter uma ideia do significado prático desta loucura olhando para o “apoio judiciário”. Só os indigentes o têm e esses raramente vão a juízo. Os outros não podem ir sem enormes inconvenientes práticos. É disto que se trata. E de mais algumas coisas, mas essas ficam para a próxima.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment