Fim da indexação dos salários e
preços, aumento da idade da reforma, inscrição do equilíbrio orçamental da
Constituição, uniformização do imposto sobre o rendimento de pessoas colectivas,
mecanismo comum de solução de crises bancárias, aumento de despesa pública na
investigação. A aprovação do “pacto” (na verdade do ultimatum alemão) está
agendada para Março deste ano. Trata-se evidentemente de uma violenta restrição
dos poderes autárquicos, os únicos que em bom rigor tinham sido deixados aos
estados que não integram o directório das nações da “nova” “união”. E os
estados nacionais reagem e mal. A Bélgica fala de “ofensiva das Ardenas”. Os
que não integram o Euro (como a Polónia e a Roménia) inclinam-se, no sentimento de que
estão a perder alguma coisa. Os ingleses não vêm que nada do que aqui se
discute lhes diga respeito. Não tencionam integrar o Euro. E o chefe do governo
de Sua Majestade aproveitou o ensejo para se colar à estúpida posição de Merkel
relativamente ao falhanço do “multiculturalismo”. O modo como argumentou
deixa-nos siderados. Acha que os migrantes acolhidos não desenvolveram
sentimentos de “pertença” relativamente à sociedade hospedeira. Ora aí está uma
coisa que, demasiado repetida, pode ter efeitos inesperados na Commonwealth (e
o multiculturalismo não pode deixar de traduzir um fundamento dessa solução). O
rapazola, portanto, não mede bem a importância relativa dos êxitos tácticos e
propósitos estratégicos. Tanto pior para ele, bem entendido. E para o governo
de Sua Majestade. Resta ver o que este dictat pode significar. Pode trazer uma
inviabilidade política da solução pretendida. E pode trazer uma solução
mitigada (para quem tenha a força de a impor). Para a tugária como fenómeno
trata-se de um passo mais a caminho do estatuto de protectorado. Institucionalmente
falando, traduz um progresso para a população local. A corrupção fica muito
mais limitada com uma supervisão estreita dos orçamentos, que há-de
inviabilizar os truques de desorçamentação e aqueles outros da decuplicação dos
preços de fornecimentos e obras públicas. Mas evidentemente que a corrupção
procurará acentuar o controlo directo do mercado nacional, varrendo em sectores
de negócios inteiros os operadores de mercado para se assenhorear directamente
das respectivas áreas de negócio, inteiras, de preferência. Era preciso exercer
a resistência jurídica pela intervenção do Tribunal do Luxemburgo, exigindo o respeito pela disciplina dos tratados em matéria de concorrência e justiça, mas a própria
advocacia é um fenómeno inserido nesta centralização, tendo por instrumento a imunda corja
da ordem dos advogados (onde se controla a reacção de qualquer advogado em qualquer processo onde possa estar em causa qualquer aspecto da corrupção, desde o tráfico de migrantes à pederastia aquela repulsiva corja ali está para defender quanto puder ser defendido e controlar, assim, o que os tribunais podem ou não examinar e decidir). Os advogados independentes aptos a exercer tal pressão,
ou a protagonizá-la, vão conhecer uma evidente acentuação de problemas profissionais inesperados. E sem poderem sequer apelar á opinião pública porque o imundo estatuto daquela corja institui a censura da organização. (A coisa está perfeitamente bem montada). A outra
solução é a rebelião. Era importante que os novos senhores da terra mudassem de
capatazes e, já agora, que retirassem aos velhos senhores que empregaram estes,
o enriquecimento sem causa no qual se saldou a corrupção da qual se serviram e
cujas verbas bastariam para resolver todos os problemas colocados pelo novo
pacto exigido pelo (compreensível) ultimatum alemão.
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