Tuesday, October 11, 2011

UBI LIBERTAS IBI PATRIA

Na Polónia o papismo conheceu uma significativa derrota, com o partido ultramontano abandonado pelo eleitorado e com a revelação de importante expressão eleitoral do anti-clericalismo. Mas a Espanha quer voltar à vida antiga, posicionando o neo-franquismo como vencedor presuntivo das próximas eleições. A França pretende reencontrar-se e mandou crescer a madame Royal que das urnas saiu em lágrimas. A besta húngara parece ter os dias contados. Como a frau Merkel. Não falando já em Berlusconi. Os espanhóis inclinam-se portanto para uma decisão que os isola. Não deixa de ser interessante. Quando o perceberem vão enervar-se. Mas isso é um problema só deles. Problema de todos é a falência. E essa só é travada por declarações sempre casuísticas, como modo de burlar uma vez mais. Fazer subir as bolsas neste contexto e por uns dias, ocorre apenas para tirar mais algum dinheiro a mais alguém. Os tugas, por seu turno, lá vão explorando a população para sustentarem a corja parasitária. Parecem governadores coloniais. E lançam mais um encargo fiscal sobre os combustíveis para sustentar a despesa que não reduzem. Entregam os impostos para pagamento da situação debitória do Estado. Lançando novas taxas para se sustentarem a si próprios e aos seus. A nova taxa de IVA de 23% nos restaurantes e cafés vem trazer a devastação a um dos poucos sectores que ainda vão funcionando do ponto de vista da absorção do desemprego. Com esta inteligente medida, as pessoas vão passar a levar a marmita de casa para o trabalho, enquanto houver trabalho. Os bares, cafés e restaurantes vão fechar.  Assim continuando a ser as coisas, não tarda que tudo colapse. Mais um passo na direcção certa, portanto. Evidentemente. Louvado seja Deus. É verdade que por quase todo o lado, quase toda a gente gostaria de voltar atrás. Mas há pontos sem regresso. E este é um deles. A guerra pode ser a saída do costume. E a OTAN está empenhada em construí-la. Mas com a guerra, eles, ainda por cima, vão levar na cara como tudo o demonstra (pondendo embora dar-se o caso de que levem também noutros sitios). A primavera árabe vai desembocando no genocídio religioso dos coptas do Egipto, a fim de permitir uma intervenção militar externa também ali. (Um tal genocídio como ameaça a dez milhões de pessoas é uma ideia insuportável e construir essa "solução" como pretexto para a guerra é inqualificável). Os dirigentes egípcios notaram-no e dizem-no como podem, mas não conseguem travar o processo, ao menos por enquanto. O assalto à margem sul do Mediterrâneo não é sequer discreto. É um passo maior que a perna, em todo o caso. Só a rebelião pode abrir novas rotas. É preciso construir a rebelião. E devolver as pátrias aos povos. Ubi libertas ibi Patria. (O território português também já não é Pátria de ninguém).

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