Wednesday, October 12, 2011

A JÚLIA À SOMBRA

O tribunal de primeira instância, indiferente a tudo, condenou a antiga primeira ministro ucraniana a sete anos de prisão e a uma indemnização que só o euromilhões poderia pôla em condições de pagar. O actual Chefe do Estado tem o problema de estar a passar por ter feito a encomenda da condenação, o que, a confirmar-se, poderia ter por efeito que à vitória táctica sucedesse a derrota estratégica. Mas o juiz não se portou mal. Indiferente às reacções americanas e europeias, às manifestações, à (surpreendente) renitência de Moscovo, o juiz decretou quanto entendeu ter fundamento para decretar. É de homem. Lia a sentença indiferente ao facto da senhora estar a falar ao mesmo tempo. A boa velha Júlia dizia ao mesmo tempo que ia para Estrasburgo. E faz bem. A precária Comissão precariamente Europeia veio dizer pelo senhor banalidades umas banalidades mais, designadamente, ameaçando a Ucrânia de isolamento europeu, o que deve fazer sorrir quem assume a perspectiva de que a Ucrânia é uma Rússia e aliás mais Rússia que as outras. A união falimentar europeia não está em condições de ameaçar ninguém, a menos que queira que lhe cortem o gás. Mas a situação é interessante. Vamos ver se o tribunal de recurso consegue temperar as coisas. Porque o menor abrandamento de pena vai ser tomado como transigência perante as pressões. O tribunal de recurso ficou numa posição impossível. Só porque esta gente nem sabe o que dizer, nem sabe calar-se a tempo. E a Rússia receberá de braços abertos uma Ucrância hostilizada pelas potências falidas do Eixo Atlântico. Isso é seguro. Em razão de um "processo anti-russo" (como disse Moscovo). Para cúmulo. É quase divertido. Nem a SS Galitzie (cujos sobreviventes itegram galhardamente o bloco da antiga primeiro ministro) conseguirá salvar a pobre Júlia deste transe. uido está em saber se ela sobrevive ou não (apostamos que sim). Se sobreviver, vamos ter aqui um problema. De gravidade variável. Mas um problema.   

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