Os polícias portugueses descobriram, enfim, a regra do jogo na imprensa inglesa. Trataram de se apresentar a depor no
Telegraph, um jornal criticamente importante neste caso. Sabe-se agora que foi a polícia inglesa quem recomendou aos MacCann - e sobretudo à mãe de Maddie - uma estrita contenção de emoções nas intervenções públicas. (Trata-se de evitar qualquer gratificação emocional plausível de um delinquente interessado nos efeitos visíveis da dor por si provocada). Mas por tal contenção a pobre senhora tem sido perseguida, até pelas opiniões dos polícias portugueses, ou com a participação próxima deles. Vem então Carlos Anjos (do sindicato dos policias portugueses) criticar os MacCann pelas proporções atingidas pelo caso na Imprensa (!)… Mas não fora isso, ainda os MacCan estariam a braços com as pseudo-investigações de uma brigada composta por gente boçal e indiciada por crime de tortura. Foi graças à imprensa e concretamente ao Telegraph, que a grosseria daquela gente se fez clara. Foi graças à imprensa que se pôde perceber o alcance objectivo das tentativas objectivamente difamatórias dos queixosos pelos indiciados torcionários. Mesmo assim, a polícia portuguesa demorou seis meses a encontrar um homem normal a quem entregar as investigações. (Isso parece indicio bastante da raridade da gente normal em tais fileiras). Tendo descoberto agora o modo razoável de serem ouvidos pela imprensa inglesa, não devem os medíocres funcionários autóctones imaginar que ali há organismos administrativos imunes à crítica, ou à descrição cabal de tudo quanto se veja. E aquele tom do Daily Mirror pode voltar a qualquer momento. (Deus seja louvado). Lembram-se? –“
Cala essa boca estúpida, ó enfardadeira de sardinhas”. Nós não diríamos melhor. (Embora também haja a ponderar o bacalhau com batatas, a carne de porco à minhota, o cozido à portuguesa, a farinheira e a linguiça). Quanto ao embaixador português em Londres, devíamos ver se tal núncio recebeu indicações do MNE para tomar a palavra naqueles termos. Porque, se as tiver recebido, o Daily Mirror deve ser convidado a estender a sua reacção à amplitude em causa. A imprensa portuguesa, entretanto, fez eco da notícia em cujos termos os MacCann tencionariam processar a polícia judiciária. Deve ser a meia informação do costume. A Polícia, enquanto tal, não é processável. Só o Estado, ainda que por causa da polícia. E isso eles devem fazer, sim. Continuamos sem encontrar a Maddie, em todo o caso.
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