Tuesday, November 20, 2007

A OUTRA REVOLUÇÃO RUSSA

A Igreja Russa festeja com brilho e força o restabelecimento do seu Patriarcado, que é produto… da Revolução. Estabelecido em 1589 e assente no reconhecimento do Patriarca de Constantinopla, foi abolido por Pedro o Grande - na sequência da Crise dos Raskolniki – e restabelecido pela Santa Igreja, com a eleição do Patriarca Tikon (a 18 de Novembro) logo após a Revolução. Os festejos ocorrem como uma festa da unidade, nos ecos festivos do regresso à fraternidade canónica da Igreja Russa de Fora das Fronteiras, consumada há escassos meses na concelebração do Metropolita Lauro e do Patriarca Alexei II (na foto à esquerda). No museu do Kremlin uma vasta exposição do Patriarcado foi aberta ao público no dia 20 de Novembro. A Moscovo acorreram legações de todas as Igrejas de Cristo. Os raskolniki, cujas renitências abriram a crise aproveitada pela Coroa para extinguir o Patriarcado, mantêm ainda organização separada, embora tenha sido declarada sem efeito a excomunhão que sobre eles pesou. A relação com a Igreja Patriarcal é, parece, excelente. E são ouvidos com atenção. Os leigos raskolniki continuam a preferir a velha camisa cossaca e jamais usam gravata. (Opção estética perfeitamente compreensível). O seu Metropolita parece saído de um ícone há escassos minutos (na foto à direita). E tendo sido violentamente perseguidos pela coroa, os raskolniki não podem propriamente tomar-se como entusiastas monárquicos.

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