Saramago é comparado a um idiota por um pseudantropos. Eis que veio Sousa Lara compará-lo a Berlusconi. Sousa Lara seria papista e maçon, segundo o seu projecto. Pretenso conde para cujo “título” quis pedir o reconhecimento ao Rei de Espanha (que o recusou). Apresenta-se como descendente de todos os reis de Portugal e do profeta Maomé (sic). E fez uma tese inqualificável, num doutoramento inqualificável (em sítio evidentemente inqualificável, se acaso existir). Angariou falsas e verdadeiras ordens honoríficas. Com a angústia e avidez de quem precisa de escoras para a dignidade que de outro modo seria insusceptível de afirmação. Foi arguido do caso moderna. E lá se safou do cárcere que o devia ter engolido, pelo talento de um advogado de muitos méritos. Foi “Mestre” da “Grande Loja Regular”. E tem nas patas esta qualidade túgare – verdadeira definição da nacionalidade imediatamente contemporânea – que é o toque de midas invertido. Tudo quanto lhe toque nos cascos se faz coisa tóxica. Acha-se com direito à palavra, imaginando talvez que quanto grunha tem algum interesse, não para alguém, mas para si próprio. O pseudantropos sente-se bem por ter logrado censurar uma obra de Saramago. E acha-se importante por lhe virem perguntar o que pensa “da situação”. Diz então que Saramago é como Berlusconi. Com o hábito de cavaleiro de honra e devoção de Malta na lapela, porque nada diz que valha por si. E naquele dia o avental estaria a lavar. Mas Poderá acaso lavar-se o avental de uma nódoa?
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