Monday, December 7, 2009

FIM DE SEMANA

O fim de semana prolongado vai correndo. Chega a boa notícia da reeleição de Evo Morales. E subsistem as más notícias dos impasses eleitorais na Roménia e na Moldávia. As duas coisas juntas resultam sugestivas. A primeira vez que o impasse eleitoral foi usado para a a tomada (fraudulenta) do poder foi com a eleição de Bush. O êxito fez com que a CIA (e os que a CIA formou) passassem a usar mais esta técnica, associando-a até a outras que já tinham resultado e já tinham falhado. A espiral resultou no Chile de Allende. As "revoluções" rosa e laranja resultaram na Geórgia e na Ucrânia mas a técnica falhou no Quirguizistão e até falhou a combinação de ambas na Venezuela. Na Bolívia, tais técnicas também não foram longe (q.e.d.) e felizmente. O impasse eleitoral veio então usado como "ignição" da revolução verde, no Irão. E falhou, também. Como infelizmente estas técnicas se "democratizam", as periferias das gentes da CIA vão usá-las em "autogestão". Isto demonstra que em matéria de princípios não se deve fazer transigências. Porque os truques eternizam-se e até passa a haver uma geração formada em truques que como todas as gerações terá uns quarenta anos de vida activa (no caso, nociva). É como o Ben Gurion dizia (embora o não tenha feito): a opção moral é sempre a mais inteligente. Por falar em moral e em truques, o fim de semana não deve fazer-nos esquecer a importante revelação de Amadeu Lima de Carvalho em cujos termos um gang - o da "maçonaria" da independente - ousou querer e logrou pagar as campanhas eleitorais das listas de Rogério Alves para a Ordem dos Advogados e, tão importante como isso, a lista da Direcção (eleita) da Associação Sindical de Juízes. Por acaso, esta associação sindical de juízes é hoje presidida pelo adjunto do Fernando Negrão na Polícia Judiciária. Os juízes estariam portanto "defendidos" por esta independência e os advogados que lutam pelo Direito estariam a ser controlados por gente a soldo da máfia. Perceba-se agora o significado do que Garcia Pereira notava já há três anos: a "ordem dos advogados" persegue os advogados mais corajosos (Marinho Pinto não apresentou listas para aqueles órgãos e eles são, portanto, a mesma gente). Percebe-se também o que diz a Fair Trial International: não há (na imunda tugária) regulação efectiva das profissões forenses. Antes de se contar com um advogado para resolver seja o que for, convém ver a que pressões ele pode ser sujeito (são inesperadas, como se vê) e antes de se contar com a judicatura para resolver as questões da corrupção (desde a venda de órfãos para exploração sexual, até à venda não registada de sucatas das empresas públicas) convém não esquecer este detalhe trazido pelas declarações de Lima de Carvalho. Já agora, convém não esquecer que Margarida Blasco foi quem libertou Rui Verde (do gang da Independente) e não queria libertar Lima de Carvalho. Margarida Blasco também foi quem "ilibou" Fernando Negrão que havia prevenido os da Moderna da busca judicial que ia ter lugar. (Também foi directora do Serviço de Informações nomeada pelo PSD partido de Fernando Negrão depois do escândalo). Por acaso é casada com criatura da grande loja, ou seja da casa do sino, quer dizer da P2 à portuguesa (q.e.d.). Isto não pode ser esquecido. Porque tem de ser resolvido. Talvez à grega. Se não for este ano será para o próximo. Mas esta gentalha não pode safar-se e não vai safar-se.

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