O chefe do governo israelita veio dizer em público que os seus soldados foram "agredidos" quando tomaram de assalto - em águas internacionais e sem autorização do país do pavilhão - navios de pavilhão turco. É interessante. Disse que um desses soldados levou uma bala no estômago. (Nada mal). Outro, uma bala num joelho. (Parece insuficiente). Outro ainda foi pela borda fora. (Bem visto, aliás nunca lá devia ter entrado). E a isto responderam os soldados matando nove civis, militantes turcos de uma ONG, naquele navio. (Apresaram também todos os navios da flotilha de apoio humanitário a Gaza, apropriaram-se de todas as cargas e sequestraram todas as equipagens e passageiros). O chefe do governo israelita falou em "legítima defesa". Se não respondessem, os soldados dele teriam sido mortos. Talvez. Mas em intrusão violenta, o intruso não está, nem pode estar em legítima defesa, por pior que lhe corra a intrusão. É estatuição pacífica do Direito, co-natural ao conceito de legítima defesa. Porque o agressor é o intruso. Porque em legítima defesa estão as vítimas da intrusão. Essa ideia da legítima defesa foi (francamente) mal pensada. Não espanta que os turcos estejam cada vez mais zangados. Nada será como antes. Esperemos que não.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment