Os belgas passaram a barreira de um ano sem governo. Nunca ninguém os
viu tão distendidos. Nunca as coisas funcionaram tão bem. Nunca as
diferentes comunidades se trataram com tanta cerimónia. Nunca a
prepotência foi tão inviável. Se isto continua assim fica realizada a
improvável utopia da arnarquia monárquica. Ensaiemos o que poderia ser
uma constituição de coisa assim: artº 1º não há constituição; artº 2º
ninguém fica incumbido de executar o artº precedente; artº 3º não há
governo, podendo em todo o caso contratar-se uma gente para fazer as
contas e pagá-las; 4º há porém rei, porque é giro, em monarquia católica
porque sempre assim foi, devendo o vaticano estar sob processo judicial
permanente. Perfeito. Isto basta para tornar habitável a horrivel cidade de
Bruxelas. Só falta transferir as montras de pegas velhas do Congo (ali
diante da Gare du Nord) para qualquer residência eclesiástica em Roma
(sugerindo nós a da via della scrofa, por ser a rua com o nome mais
apropriado). E podíamos mandar já para lá o Coelho, também.
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