Sunday, June 12, 2011

O DESCALABRO

Os alemães manifestam-se na rua contra o apoio à Grécia. E os gregos manifestam-se contra o aumento da austeridade e as novas medidas. Merkel essa demo-cristã que cresceu comunista - e é portanto mulher cheia de convicções e princípios - veio dizer a público que desta vez ainda se paga aos gregos, mas para a próxima veremos. O governo da Hélade já começou a vender (ao desbarato) património público. E toda a gente diz já que é preciso restruturar a dívida, sendo certo que toda a gente diz que isso seria o reconhecimento da insolvência do Estado e essa insolvência do Estado acarretaria a insolvência dos credores do Estado grego. Mas a execranda tugária entra agora no cenário. E nesta gente, nesta coisa, ninguém percebeu ainda o perigo que transporta. Vai ser a primeira a quebrar. O primeiro ministro nem para chefe de sala de um restaurante serviria. E "a europa" vai pagar caro o sopeiro cujo alçamento consentiu. E arrastará tudo o mais. Sarkozy, enfiado numa guerra de desespero pela água e petróleo da Líbia, quer restabelecer as fronteiras. A Itália começa a querer deixar o Euro (enquanto é tempo). A Alemanha, Inglaterra e França estão ameaçadas directamente pela situação debitória da Europa do Sul, cuja ruína determinaram. A América do Norte perdeu já completamente a viabilidade económica de qualquer nova guerra sua. E perdeu o controlo do "seu hemisfério". Se Kadafy aguentar um ano de guerra, ganha-a. Aumenta portanto o desespero da "política" de homicídio. Querem matá-lo. E à família toda. Mas Kadafy pode bem ser mais sólido que o sarcoma húngaro. E a UE desagrega-se, deixando um ressentimento sem precedentes na Europa oriental. A Sérvia terá quatro estados. E a Rússia reinará como senhora das estradas da vida para a Europa que nada significará mais além da História e algumas patentes industriais. Uma vasta multidão de dirigentes menos que mediocres convencerão os respectivos povos que "é inevitável" a hegemonia asiática. E os homens da tese do "choque das civilizações" revelam-se eficazes. Conseguem milimetricamente provocar tudo o que temem. E perder tudo o que prezam.

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