Thursday, December 31, 2009
Que coisas virão?
Tuesday, December 29, 2009
TEMPOS DE ADVENTO
Meridianamente o debate eternizado do tuga-médio opõe semi-ideias. A um lado a pretensa tese em cujos termos o passado foi óptimo, o presente nada tem que se lhe compare e se assim continuam as coisas o futuro não é dizível. É o Ramalho e mais os que lhe sucedem. Depois vêm os outros dizendo que o presente asqueroso é uma dejecção do passado e este não pode ter sido melhor do que aquilo que fez. É vagamente o Eça, apesar de nunca se ter abalançado a tanta clareza. (O Batalhão Sagrado é em todo o caso um belo texto e muito elucidativo). O futuro seria a única coisa com a qual contar, a estes olhos. E vem a história do modelo. Um futuro como o presente europeu. Um futuro como o passado da gloriosa navegação (simples movimento de fuga massiva, perfeitamente justificada e inteligentemente aproveitada pela coroa, à custa de coisas que pareciam pouco ou nada estimáveis com razão plausível). Falta a única corrente razoável. Ao mais rápido olhar, o passado foi coisa asquerosa com alguma gente notável. O presente é repulsivo, mas nem aqui faltam, na percentagem de sempre, homens e mulheres de fibra, gente normal, propriamente dita. Em boa medida impotente, como sempre. O que sempre ocorreu por um motivo ou por outro. O príncipe brilhante que nunca chegou a reinar, como nota Eduardo Lourenço. Mas também há a ordem na guerrilha. E a besta radical transmutada em conservador feroz, como o execrando Cabral. Ou o abominando Barroso. Ou o diabo por ele. (É por isso inútil discutir se é cherne ou amiba). Felizmente não há futuro. O futuro não existe. Eis um grande conforto. E o mais que pode acontecer é já não haver tempo para fazer grande coisa. É exactamente disso que precisamos. Há um sopro de liberdade na consumação das desgraças. Por algum estranho motivo, quando tudo estoira ninguém estoira por isso. Estamos fartos. Venha o estoiro. Não há outra forma de nos ser devolvido o significado das coisas. Programas ao esgoto. Modelos ao diabo. Caricaturas ao lixo. Barroso para Teerão. A Leite para Caracas. Portas para Guantanamo. Louçã para o Cabo. Cavaco para a Califórnia. Jusflausinas para os bordeis da Amazónia. Aí aprenderiam todos o significado de discutir. Ah, sim… E Nulicarpo à fogueira que traz na ialma. Nada para julgar. Tudo para eliminar. Por uma vez, nada de complicações. É outra das belezas da desgraça consumada. Tudo é simples. Ao menos por um instante. A que coisas aspirará o Ramalho de então? Que diagnósticos fará o Eça?... Dir-nos-ão, pela certa, que os camelos podem viver sem deserto. E os homens-sapo podem viver sem água estagnada. Podem viver em quase todas as condições. Já nas condições a que chamam suas, ou não se pode viver sem eles, ou não se consegue viver ali. Melhor ordem haverá na desgraça, seguramente.
Friday, December 18, 2009
QUE FAZER?
Que podemos nós fazer diante tão sinistro carnaval? Quatro coisas: viver de acordo com as convicções próprias, defender o direito de viver assim, preservar a liberdade de juízo e palavra (própria e alheia) e pedir a Deus a bravura onde a firmeza se sustenta. Nada complicado, como se vê.
Thursday, December 17, 2009
"Homosexuais", Casamento e Adopção
Foi aprovado o casamento “homossexual” na tugária. Em bom rigor, porém, só há uma “homo-sexualidade”: a do onanismo. Porque "o mesmo" é "o próprio". E não pode ser outro. Era bom que se procurasse outra designação. "Homosexual" é palavra com uma história carregada demais. Mas fazer da sodomia, do felatio e formas de masturbação recíproca o objecto específico de contrato matrimonial entre homens, (ou do cunnilingus e outras formas de masturbação o objecto de contrato matrimonial entre mulheres) traduz novidade. Os papistas deploram-na, é certo. Talvez por estragar parte importante do interesse de tais práticas nas suas coordenadas de existência: a ilicitude e a clandestinidade. Era um aspecto marcante da excitação nervosa que a coisa provocava, sobretudo no clero, segundo tudo indica. A sodomia pode, não obstante e ainda, integrar o objecto de queixa-crime por maus-tratos, ou violência doméstica, mas só no caso do chamado casamento “heterosexual”… Outro problema dos “heterosexuais” é que agora, quando disserem que são casados vão querer que conste uma qualquer especificação. Caso contrário, passam a ser suspeitos de terem em cima uma criatura do mesmo sexo. É um pouco como os licenciados
Tuesday, December 15, 2009
"Jovem democracia"
Monday, December 14, 2009
Tudo se explica
Il cavalieri e a loucura
Sunday, December 13, 2009
CUMPLICIDADE E PRÉMIO
Friday, December 11, 2009
Significados e destinação
Tuesday, December 8, 2009
Dia de não sei quê, feriado papista do Estado laico
Monday, December 7, 2009
OS ANTROPOCLASTAS
FIM DE SEMANA
Sunday, December 6, 2009
ALEXIS GRIGOROPOULOS
DUBAI: MORAL E CRISE
Roménia: as coisas complicam-se
Presidenciais Romenas
Saturday, December 5, 2009
P2: SOMBRAS E EFICÁCIAS
O pitoresco Berlusconi está em choque. Uma manifestação espontânea de 350 000 pessoas – sem organização partidária – exige-lhe a demissão. Não está mal. Isso é, evidentemente, importante. Mas não pode ser decisivo, institucionalmente falando. Berlusconi mantém ainda, segundo parece, popularidade (desgastada, é certo) mas suficiente para resistir nas urnas. Levar umas pegas adultas para casa e fazer eleger umas outras, não é suficiente para eliminar o agrado popular diante de algumas medidas sensatas, designadamente do ponto de vista fiscal. O que deixa o pitoresco Berlusconi em choque é o regresso ao passado. Spatuzza fez, também agora, tremer a Itália com as referências ao final dos anos oitenta e ao papel do primeiro-ministro. Questionado pela defesa, que lhe perguntou porque decidiu falar tão tarde, respondeu alguma coisa que, infelizmente, parece perfeitamente razoável Este regresso às mais negras eras da P2 é que faz tremer.: “I timori di parlare del presidente del Consiglio Berlusconi erano e sono tanti. Quando cominciano i primi colloqui c’era come primo ministro Berlusconi”. Este regresso às mais negras eras da P2 é que faz tremer. Belusconi considerou isto um disparate. E enquanto esperamos o que diz a Itália, diremos ao peculiar Berlusconi o que dissemos ao ordinaríssimo Alves (destas P2 à moda da tugária). Não basta a negativa genérica. Porque, justamente, a comunidade não julga nem decide, em política, com fundamento no Direito Penal ou na disciplina do correspondente processo. A comunidade não tem outro instrumento de decisão que não seja a ponderação do estado da sua relação de confiança à luz das valorações morais que são consensuais. O processo penal não pode operar uma desmoralização da política, sob pena de um sobressalto político pôr em causa a disciplina do processo penal. Manter as correctas referências de debate, na Itália ou em Portugal, é – definitivamente - matéria de interesse e ordem pública (como se diz em Direito, justamente). A corrupção tem portanto dois planos de debate. Necessariamente. E dois planos de decisão. Que não se chocam nem se atropelam. Fernado Negrão, por exemplo, pode ter sido absolvido criminalmente (pela mulher de um confrade da Grande Loja, magistrada que o Barroso levou à Direcção do serviço de informações) e o fundamento disso pode ser, perfeitamente, a nulidade daquela prova em processo penal. Infelizmente, porém, estava demonstrado que o Director-Geral da PJ avisou por telefone o gang da "moderna" (1ª linha da "independente") que uma busca ia realizar-se. E com isso salvou não se sabe bem quem, nem o quê. É um insulto à comunidade que o tenham recompensado com uma pasta ministerial. E é deplorável que o conselho superior da magistratura não o tenha irradiado. Há coisas que não podem acontecer. E mesmo que o juiz penal não possa conhecer isso (e não pode), o facto é que, isso publicamente conhecido, fora do processo penal, não pode deixar de se concluir pela inidoneidade da criatura, por razões evidentes - e publicamente reconhecidas- de ordem moral.
Friday, December 4, 2009
ORDEM DOS ADVOGADOS: CONFIRMAÇÃO DA BANDALHEIRA
Ora aí está. Os amigos são para as ocasiões. Lima de Carvalho dixit. Uma lista a soldo do gang da “universidade independente” e liderada por Rogério Alves (qui ex opus merdae procedit) foi eleita no mandato anterior para a Ordem dos Advogados. O gang da independente pagou-lhe boa parte da campanha. E ele apresentou listas para tudo. Para os ”conselhos de deontologia também”, portanto os advogados andaram a ser “fiscalizados” por gente de uma lista paga por um gang, se há razão nas razões do Carvalho e diríamos que sim. (Por algo mais que simples intuição). Num desses conselhos está o execrando Luís Paulo Relógio da Federação Portuguesa de Futebol. Nem isso deixa de ser interessante quando se sabe que o Alves é presidente da assembleia do Sporting, clube aliás muito católico por ser o clube do próprio cardeal de Lisboa e, talvez por isso, alvo de uma denúncia de terrorismo interno pelo próprio presidente da direcção. Faz sentido. Onde está o papismo não anda longe o terrorismo. O que ainda não se sabia é que havia papistas a receber subsídios (assentes em desvio de fundos) da pretensa maçonaria da “independente”. Será esse o único gang?... Carvalho queixa-se que o banco da opus também "roubou" o gang que lhe pagava os agentes. É natural. Eles roubam-se uns aos outros, perseguem-se uns aos outros, denunciam-se uns aos outros e tendem a tramar-se uns aos outros, antes de conseguirem tramar os outros que tinham decidido perseguir. Ainda bem. Mas convinha saber se foi a opus quem fez aquela maçonaria. Ou se essa maçonaria também pagava coisas à opus. O Alves veio negar. Bem entendido. Mas que haveria ele de fazer? confessar? Ir trabalhar para a estiva? entregar-se aos beatíssimos assassinos do Calvi, ou aos do padre Max ?... O Alves nega, em todo o caso. Ora nos domínios onde a moral tem de intervir - e este é um desses casos - não basta nunca a negativa genérica. É necessária, como se diz em processo civil, a impugnação especificada, ou seja, é preciso explicar o que aconteceu, ponto por ponto. A moral deve intervir sempre que num posto de direção, onde se polariza a confiança da comunidade, alguém se proponha decidir da vida alheia. Porque a comunidade só pode usar os parâmetros de juízo que são os seus e a esses parâmetros, com essa relevância, chama-se moral. Não é moralmente lícito, perante uma tal imputação, circunscrever a resposta a uma negativa genérica. Isso é o que faria qualquer delinquente. Mas o grau de êxito que isso pode revestir em processo penal - onde é a acusação que se prova e não a defesa que se demonstra - não pode aplicar-se nesta esfera de debate, sobretudo quando a honorabilidade própria é tão frágil que admite a perfeita plausibilidade do depoimento exautorante (e aqui há bem mais do que isso, há a imunda prática adoptada no inteiro exercício, no inteiro mandato e ainda há as imundas gentes que ali apareciam e que... iam buscar, cobrar, fazer o quê, já agora e ao certo? O que estava aquela gente da "independente" - e que gente, não era? - a fazer, por exemplo, nos júris de agregação?)... Ora a relação de confiança, a admiração, o reconhecimento do mérito além de quaisquer discordâncias, são exigências de algumas actividades, de alguns papéis, de algumas posições ocupadas. Por isso o Alves é muito provavelmente a mentira de que tomou a iniciativa de nos falar. Até agora impune, disse ele. Mas com a perna curta. É precisamente o que pensamos. E é o que pensamos do próprio Alves. Venham, portanto, as contas da execranda campanha eleitoral, alegadamente (mas mais que plausivelmente) paga com subsídios da corja, do gang, da escumalha, em síntese: da "independente". Há circunstâncias e matérias quanto às quais devemos relativizar a moral, em nome da Ética e da Liberdade, em nome do Direito, às vezes, até, em terreno muitíssimo escorregadio, por imperativo da Razão de Estado. Mas receber dinheiro de um gang e ficar necessariamente refém disso não é nenhuma dessas situações. O Alves era um rapazola, sem curriculum e sem méritos conhecidos, projectado para um lugar de chefia. A experiência ensina que essas coisas só acontecem a figuras instrumentais. O Alves é pois um "factotum". Um fantoche, sim. Uma fabricação, em todo o caso. E chegou o momento de fazer incidir a luz sobre quem o fez e quem o tem feito mexer. Porque o "para quê" já temos. São nítidos os propósitos que o Alves tem servido.
O REGRESSO DOS SAPATOS VERMELHOS
Ratzinger tenciona visitar o território Português em Maio de 2010. Apressam-se por isso as obras do Terreiro do Paço que está a afundar. Talvez isso apresse o afundamento. O torreão a nascente já afundou um metro e meio e, assim, surge a imensa esperança que nos enche o peito de que possa afundar tudo de uma vez, de preferência em horário de funcionamento, já que há pressa. Que o lodo desapareça no lodo, é um fim perfeitamente conforme aos critérios discerníveis da Criação Divina. Quanto à visita ela é uma ameaça. É certo que as visitas do antecessor (J-P2) precederam sempre e de perto os maiores desaires da vida local. Assim, parecendo consubstanciar o anúncio da era ibérica das máfias, ocorreu a visita em 1982, (ano do assassinato de Roberto Calvi, incompreendido benemérito do apoio aos Somozistas na Nicarágua e ao Solidariedade na Polónia o que não bastou para a corja a quem servia lhe poupar a vida). J-P2 deixa ostensivamente em Fátima, nessa sua aparição, a bala que não o matou. Em 1985 emerge o BCP na tugária com estranha preponderância da Opus, tudo consabidamente impoluto como o futebol autóctone. É impossível tratar isto - entre outras coisas - como coincidência. Há quem pense que os mais sórdidos dinheiros de Itália encontraram aqui um refúgio "natural". Depois, vem a celebração e supervisão do enraizamento local das máfias (visita em 1991, sendo certo que a limpeza em Itália prosseguia e, logo no ano seguinte, Carlo De Benedetti é metido na cadeia, seguindo-se, em
Thursday, December 3, 2009
ORDEM DOS ADVOGADOS: PORTUGAL COM ESCÂNDALO ALÉM FRONTEIRAS
A Organização Fair Trials International tomou posição quanto à perseguição de uma Inglesa em Portugal por um advogado de quem se queixou à Ordem e que a Ordem rapidamente absolveu propiciando a perseguição criminal da inglesa. A conduta do advogado, filho de juiz do Supremo Tribunal segundo a FTI, resulta escandalosa. Conduta de homem sem escrúpulos, diz a FTI. Deve pois lembrar-se a posição do Prof. Garcia Pereira quanto a estas questões: a Ordem persegue os advogados mais corajosos. Larga-lhes às canelas uma matilha de servos desaçaimados, mas, aparentemente e à parte essas perseguições, protege coisas destas. A conclusão da Fair Trials International não podia ser mais severa: “The type of criminal action taken against Miss Wylde has the effect of placing the legal profession in
Tuesday, December 1, 2009
UM DETALHE DA ASSEMBLEIA GERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS PORTUGUESES
ASSEMBLEIA GERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS PORTUGUESES
António Marinho Pinto tem o colégio eleitoral paralisado. Os advogados não lhe aparecem nas Assembleias Gerais onde vem apenas a corja parasitária, que se entende no direito de viver a expensas do trabalho dos advogados. O bastonário deixou claro que a maioria dos advogados não pode votar nas Assembleias-Gerais. Discretamente não disse porquê. Nós dizemos: na Assembleia-Geral estão os esbirros dos conselhos de disciplina. Estes esbirros foram “eleitos” por muito menos de metade do colégio eleitoral que simplesmente teve nojo de votar naquilo. Mas ninguém impugnou a eleição, com medo das consequências e até porque isso comportava o risco de manter o execrando Rogério Alves
NOVA ESQUERDA, NOVA REPÚBLICA
Prosseguem as tentativas de refundação portuguesa. À esquerda e à direita. Estará em formação um novo leque político? Volta a haver pessoas com projectos políticos e não apenas personagens com projectos pessoais, geradas por partidos que outras entidades parasitam através de tais personagens? Logo veremos. Mas em bom rigor não basta apenas discutir o Estado, a sua subsistência e a sua viabilidade política. É preciso discutir tudo. A Nação também. Nunca o sentimento de unidade nacional esteve tão claramente
OS MINARETES DA SUIÇA
A democrática Suiça pronunciou-se soberanamente em referendum e proibiu a construção de novos minaretes nas mesquitas. O liberalismo político e religioso dos europeus está