Terminou o episódio do despenhamento de Smolensk, num funeral em Cracóvia. Com a recusa pelas forças telúricas do cortejo de chefes de estado. E em Malta, Ratzinger lamentava-se. Exibindo as vergonhas, como os mendigos de Dickens as chagas. Ocorre pensar no que há de interessante e em comum nestes dois eventos. Silêncio culpado em Katyn. Silêncio execrado de todos os agentes do papismo. Silêncio culpado protector dos pedrastas, homicidas, esclavagistas e violadores. Isso relembra-nos a execranda tugária como o lugar de todos os silêncios irmãos de todas as culpas. Sítio da mais imunda jurisprudência atirada à liberdade dos homens. Lugar da mais sórdida repressão da palavra. Terra dos mais sórdidos esbirros judicantes. Juizes-funcionários. Outra dimensão do silêncio culpado. As sórdidas minutas da "jurisprudência-dominante". Este execrando fenómeno está, desde logo, oferecido ao veredicto soberano com os demais crimes. Traduz a existência desta corja judicante, verdadeiramente, o estupor e a estupidez nos quais o silêncio culpado se salda. A estupidez é a indiferença perante a injustiça. O estupor perante a dor alheia. Pecados capitais. Crimes intoleráveis. Doenças mentais da normalidade. Há uma diferença entre estes monstros e todos os outros monstros? Devemos matá-los, ou poupá-los para não sermos iguais a eles? E que dizer, face a tão repulsivas criaturas, quanto à legítima defesa dos homens e das comunidades? De uma coisa temos a certeza: a recusa da dignidade aos homens exclui a possibilidade do perdão. Foi quanto disse um grande homem de coisa muito parecida. Porventura a mesma coisa. Não. Não há a possibilidade do perdão.
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