A lei anti-niqab vai entrar em
aplicação em França. O asqueroso magiar de Paris sente-se um cruzado e já vai sendo tempo
se se lhes juntar, aos cruzados, no asilo psiquiátrico mais próximo. Há dois
problemas no véu islâmico do ponto de vista do estado laico. Um é político e não
pode ser problema traduzido na perseguição de uma forma de manifestar a posição própria. (Mas o cruzado é um papista e os característicos papistas só se pronunciam pela liberdade de expressão quando forem impalados e enquanto o estiverem a ser).O outro é vagamente religioso e não pode ser problema
em toda a extensão da questão. Na vertente vagamente religiosa temos a
recomendação de Mohamad-o-Eleito em cujos termos a mulher deve proteger-se para
não termos de nos lamentar todos (com ela) de quanto lhe acontecer. É o contexto
da sociedade viril de gente que, nestes domínios, se consente fazer primeiro o
que lhe passa pela cabeça e só pensa nisso depois, se houver motivo para pensar
nisso. E sim, claro, a culpa é da vítima. Não há nenhum violador que diga o
contrário. Também não há nenhum burlão que diga outra coisa. E até os
proxenetas dizem às prostituídas sob o seu constrangimento ilicito que estão a
ajudá-las. (Às vezes isso aparece no discurso dos funcionários e dos dirigentes
políticos - sobretudo na execranda tugária, esterqueira e abrigo de todas as taras - e é muito interessante quanto à indole que aí se revela, só pela
aparição de tais frases feitas). Mohamad-o-Eleito fez essa recomendação, por tudo. Uma
recomendação cheia da sua autoridade. O véu não tem pois que ser usado onde o
risco não exista. E dizer às sociedades urbanas europeia, ou russa, ou chinesa,
ou nipónica, que há entre elas riscos dessa natureza, riscos dos quais as
mulheres muçulmanas devem proteger-se assim, mesmo nos dias actuais, é certamente
dizer alguma coisa que as autoridades respeonsáveis pela segurança não podem
consentir-se ouvir sem reacção. Saber se a interdição do véu é a reacção
recomendável é questão de outra natureza. Mas diríamos que não. Outra questão é
a questão política. As garotinhas têm orgulho em afirmar a sua identidade
cultural e fazem-no como protesto político. Porque o estado Francês tratou
muito mal, muito mal, mesmo, as garotinhas em conflito com as suas famílias – porque
haviam aderido à ocidentalidade da vida quotidiana – e que pediram apoio ao Estado
para exigir alguma contenção à autoridade familiar. Mas mal o pai punha os pés
no tribunal de menores, a garota era excluída da família. Podia ser acolhida
num internato de liceu público ou num lar de estudantes... Mas atingida a
maioridade devia saír e saiu vezes de mais para a prostituição. Então as irmãs
mais novas e as filhas das irmãs mais novas dizem à República Francesa e atrás
do véu que meta essa laicidade “pelo cu acima” (sítio onde alguns ocidentais
gostam de meter coisas). A República Francesa presentificou o risco que Mohamad
temia. E deve haver-se com as consequências políticas e morais de tal facto. Mas
o cruzado magiar de Paris acha que “em sua casa” se vive como mandam os de sua
casa. Esquece-se que quanto mandam os de “sua” casa é que a República aguente
todas as interpelações políticas que abrem debate. É simples. Mas ele ainda não
percebeu. E portanto entende que as garotas muçulmanas devem submeter-se, já não
ao preceito moral fundado na recomendação de Mohamad, mas à alarvidade do “chui”
de giro. E isto não tem poucas complicações. Estamos já a imaginar a besta de
giro a arrancar o lenço da mulher em quimioterapia (e que não suporte a cabeleira
no verão)... Isto é tão extraordinariamente irritante que os homens ocidentais
deviam passar a usar um turbante verde em Paris. Nós estamos prontos a fazê-lo.
Entretanto um homem simpático serve a resistência em prol dos direitos fundamentais oferecendo-se para pagar as multas. E quando acabar esse fundo
deve fazer-se uma subscrição pública. Agora sim, temos um problema. Cuidemos de
o resolver exemplarmente.
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