As medidas de austeridade continuam a ser pensadas como uma estratégia de saque à população. Corte significativo de rendimentos, sem disciplinar e regular a execução dos contratos pendentes em face da excepcionalidade das circunstâncias (designadamente do ponto de vista dos penhores, das hipotecas, das reservas de propriedade, do direito de retenção, do direito de presença nos corpos profissionais sujeitos a taxas ou quotas que aumentam por simples determinação do credor). Isto significa simplesmente que a austeridade se pensa como um assalto à classe média e baixa classe média. A auteridade é um negócio sob a forma de carta de corso. O Estado retira os meios para cumprir os compromissos contratuais. E os credores lançam-se ao assalto não só das garantias patrimoniais, mas de todo o património dos devedores cuja avaliação é completamente arbitrária, como arbitrária é -até por isso- a fixação do montante dos créditos. Uma imprensa de eunucos e acéfalos assiste a isto sem nenhuma reacção. Uma multidão de juristas eunucos e acéfalos assiste a isto sem nenhuma reacção. As organizações de esquerda e de direita ( de eunucos e acéfalos?) assistem a isto sem nenhuma reacção. As vítimas, presas a um torpor estranho, assistem a isto sem nenhuma reacção. Sindicatos e associações de defesa do consumidor assistem a isto sem nenhuma a reacção. Esperam, parece, que as coisas não sejam, afinal, tão más como parecem (e são piores). Il s'agit bel et bien de la merderie.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment