Depois de ter perdido o controlo
da América Latina, a política externa dos USA arrisca-se a perder qualquer
simpatia na África do Norte e no Médio Oriente, onde apoiou sempre, como antes
o havia feito contra as populações latino-americanas, regimes cuja decomposição
construiu (com eficaz intervenção dos serviços de inteligência) afundando-os na
corrupção e apoiando sem quebras os fragilizados por essa corrupção dando-lhes
a eles a ilusão de força e guardando para si a estranha ideia de que só os USA
teriam a chave capaz de usar a fragilidade construída. Não previram estes serviços
de inteligência o desespero de um vendedor ambulante que se imolou pelo fogo,
assediado pela polícia que aqui, na tugária, se conhece perfeitamente, porque a
polícia tunisina, ou a polícia egípcia, são a polícia tuga, sem tirar nem pôr.
São os mesmos focinhos, as mesmas práticas, as mesmas lógicas, a mesma desgraça
e os mesmos desgraçados com a vaga vantagem dos magrebinos e árabes
reconhecerem pelo menos a Ética positivada num Livro Sagrado (enquanto a besta
tuga nada reconhece e chama espiritualidade à pedrastia papista). Ora as chamas
que devoraram o corpo do pobre vendedor ambulante que entregou a vida a Deus,
ameaçam agora todos os regimes tocados pelos serviços de inteligência norte
americanos. Marrocos ainda não está atingido (o que não significa nada, por
ora) e a Argélia (a frágil Argélia, a linda Argélia) ainda não recomposta da
violenta crise recente, que foi objectivamente uma guerra civil (nem ganha, nem
perdida) espera inquieta, sem nenhum espaço de manobra. Os USA não sabem ainda
o que pensar e menos o que fazer. E está a registar-se uma contradição (fatal)
entre a “direcção política” dos serviços de inteligência e a formação de
vontade do Estado. O que diz a senhora Clinton não tem nada a ver com o que os
americanos estão a fazer no terreno e é isto que marca, porque é isto que
importa. Importa o que se faz e não o que se diz. Entretanto, as chamas chegaram ao Iémen.
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