A Santa Igreja Sérvia enunciou o
unânime acordo sinodal quanto à canonização do Presbítero Budimir Sokolovic, que
acompanhou a resistência sérvia à ocupação alemã e foi fuzilado pelos titistas
em 1945 com outros soldados sérvios e realistas. O filho do Padre Budimir, ele
próprio sacerdote da Santa Igreja Sérvia (representando a 42ª geração da sua
família no sacerdócio) cresceu sem poder dizer o nome do pai, sempre forçado a
ocultar, senão a negar, a sua filiação, por respeito ao medo de sua mãe a temer
que lhe fuzilassem também aquele filho. No seminário, o pobre garoto só
confessou a sua filiação aos padres mais velhos que de resto tinham conhecido o
Padre Budimir. Resta a este filho uma única recordação de infância daquele pai que entrou
um dia a cavalo na aldeia, pôs as duas crianças na sela e lhes disse -“vocês são
a minha vida”. Única recordação. Mas que recordação! Recebida a notícia da canonização
de seu pai, o venerando ancião compôs hinos litúrgicos com os pedidos de
intercessão junto de Deus que se dirigem aos santos. O nome que não podia dizer-se explodirá agora nas
vozes dos coros e diante de todos os altares. Há portanto dores – e esperanças -
bem vivas ligadas às feridas de 1945. Numa Europa de imbecis, dirigida por quem
não faz a menor ideia do significado humano da guerra e dos seus preços em dor,
está longe de ser inútil olhar para estas subsistências de uma guerra que se
imagina ter sido há muito tempo, mas tem sequelas tão visíveis, tão vivas, tão
facilmente transmissíveis e tão dispendiosas. E por todos os que por isto cresceram
e viveram sem poder dizer o nome do pai, forçados a esconder a identidade
própria, Gospodi Pomilui!
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