De Reykjavik a Владивосток
Há uma alternativa ao espaço da "União Europeia" – relativamente clara, se não estivessem alguns detalhes a ofuscar essa evidência – é a Eurásia. Ao eixo Washington-Oeste Europa, pode bem opor-se a naturalidade da vasta superfície que vai da Islândia a Vladivostok. A imagem faz estremecer, bem sabemos. Mas é infinitamente mais razoável. Seria, claro, uma realidade geo-política sem Vaticano relevante. (Evidentemente). Uma realidade emergente no contexto do declínio (inevitável) do império americano. Uma realidade onde a própria “ocidentalidade” se fraccionaria, aparecendo a Península da Nova Ibéria como o porto de ligação natural à América do Sul e o início da estrada mais óbvia para o novo centro do mundo. Pelo caminho ficariam os projectos falhados, entregues a figuras de mediocridade gritante, porque, justamente, nenhum homem de primeiro plano aceitaria tão indigno papel. Barroso está bem como presidente de um projecto naufragado nos baixios da mediocridade. Não foram os europeus quem lhe chamou o “sr. banalidades”? Seria deplorável uma qualquer figura de primeiro plano nesse papel. A Irlanda representou bem os povos europeus, hoje reféns dos seus “representantes” que, conspirando contra os povos, prosseguem a aventura (impossível) de construir uma realidade institucional por si próprios, desacompanhados de quem quer que seja e até contra compromissos eleitorais explícitos (que a disciplina do mandato não autoriza a abandonar… é simples questão de Direito Civil, a projectar no Direito Político). Feliz ou infelizmente, isto encalhou. (Viva a Irlanda). Sempre estivemos livres para olhar o horizonte (gratuitamente dado pela Geografia). Hoje estamos livres da parvoíce de velhos interesses gerados por realidades já mortas (em alguns casos), ou moribundas. A Irlanda é hoje espelho de alguma coisa bem mais vasta do que a própria ilha (o Polaco é a segunda Língua mais falada ali, depois do Inglês), sendo certo que a incompatibilidade do “catolicismo de estado” com o desenvolvimento económico está ali a resolver-se, como sempre, contra esse catolicismo… e se houver outro vai ter que revelar-se e maturar depressa e, sim, sob pena de morte.
No comments:
Post a Comment