Sunday, June 15, 2008

EN ESPAÑA y PORTUGAL

Os transportadores não desarmam em Espanha e as gentes do PSOE começam a pensar e a praticar a repressão. Os alarves portugueses estiveram perto, tendo parado todavia a tempo. Em Espanha eles são mais corajosos e prosseguem, portanto, corajosamente, uma profunda estupidez. Rememoremos… O Estado moderno nasce da aliança da coroa com o povo (não será?) contra o arbítrio dos potentados locais, os grandes senhores que, afinal, não eram tão grandes como supunham. A centralização do poder permitiu que a Lei libertasse onde a liberdade do mero arbítrio oprimia. E tal problema nunca deixou de regressar sob novas formas. Hoje é o mesmo. O problema de sempre. E é um erro fatal, para o Estado, hostilizar a revolta das vítimas. Um disparate pegado, isto. A direcção política do Estado é a direcção política de um país. No âmbito da União Europeia, como nos demais âmbitos do Direito dos Tratados, o Estado tem hoje a possibilidade de fazer intervir uma comunhão de soberanias para fazer face a problemas globais, como o da especulação à escala global. (A recente declaração dos ministros das finanças do G 8 é já alguma coisa, sendo embora tímida demais, mesmo que alguma eficácia imediata se lhe note). A visibilidade da revolta das vítimas da especulação à escala global num território concreto, sempre seria um título de legitimidade acrescida do respectivo estado para exigir a concertação de esforços numa intervenção internacional. Mesmo que essas vítimas errem o alvo dos seus protestos, sempre se poderia ajudá-las a acertar… Ao invés disso, andam a chamar aos transportadores em paralisação “assaltantes” (como em Portugal). Nem a Direita Espanhola foi tão longe. São frágeis as convicções ditas de esquerda na segunda Ibéria. (Sendo a primeira Ibéria, evidentemente, a terra à qual se chama Geórgia). Ao primeiro pretexto, estes tipos alucinam e cada um deles imagina-se Belissário diante da Vandália. Franco e Salazar faziam o mesmo. Mas bárbaros só eles próprios. São eles quem não sabe o que dizer e são eles quem não sabe o que diz. Depois… Melhor cabe aqui Artur que Belissário. Os romanos em revolta hão-de conter os bárbaros. Travando os novos saqueadores das suas terras: os especuladores, evidentemente. E punindo os bárbaros que, no lugar, lhes servem de agentes. Mesmo que seja só por estupidez. Contra Ordem entende que a estupidez é um crime como os outros, se não for a fonte de todos os crimes. Nenhum decreto pode opor-se à vida. Porque essa oposição é a fonte de todos os excessos. Nenhum dirigente do Estado pode opor-se ao seu próprio povo nestes termos. Esse é um combate que ninguém ganhou nunca. E é espantosa a facilidade com que se desiquilibra esta gente. A fragilidade do Estado confessada pelo Primeiro-Ministro português foi e é, aqui, antes de mais, a estupidez de quem o dirige. (E não parece haver melhor em alternativa, dentro do leque, ou, como eles gostam de dizer,” do arco da governabilidade”). Os "socialistas portugueses" andam como se esperaria. Não há nada a esperar de tal gente. Zapatero tem estado, nisto, abaixo das expectativas (coisa nem sequer frequente).

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