O presidente Medvedev (Deus o guarde) acabou de pôr o machado na raiz de uma infâmia. Os “não-cidadãos” da Estónia e da Letónia têm agora a regulação legal clara da entrada e saída da Rússia. O “estatuto” da não cidadania (!) foi e é um insulto e uma inacreditável discriminação lançada pela Estónia e Letónia sobre os cidadãos soviéticos que naqueles territórios passaram a viver depois de 1940 (estatuto que abrange igualmente os seus descendentes nascidos antes de 1991). São hoje apátridas. Ora depois do Decreto do presidente Medvedev, a Letónia e a Estónia manifestam “preocupação” e até dizem que a nova medida é um “obstáculo à naturalização”. Para a Europa dos Direitos Humanos, não está mal, convenhamos. Estes antigos cidadãos soviéticos podem agora entrar e sair da Rússia sem visto, mediante simples apresentação dos seus documentos de "não cidadãos". Os cidadãos da Estónia e da Letónia continuam a precisar de vistos, naturalmente. (Espera-se aliás que sejam difíceis de obter). Já que ninguém o faz, Contra Ordem sugere à Estónia e à Letónia que metam a “naturalização” onde isso lhes caiba melhor. Contra Ordem declara-se solenemente (e para estes efeitos) não-cidadã. São 115000 pessoas na Estónia. E quatrocentas mil na Letónia. (É inútil lembrar o número ridículo da população desses dois territórios e a relevância percentual destas exclusões).
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