A ideia do Ministro dos Negócios Estrangeiros anunciar que - mais cedo ou mais tarde - a tugária saírá do espaço da união monetária europeia, significa que tal exclusão, ou saída, acontecerá mais cedo do que se pensa. Admitamos a esmagadora probabilidade de isso assim ser. No dia seguinte a moeda da tugária quebra por cinquenta, sendo optimista. Os abastecimentos às cidades tornam-se, nesses termos, economicamente inviáveis uma semana depois. E começam os saques e motins. Em tumulto algumas vozes inspiradas hão-de fazer-se ouvir. Não dirão coisas agradáveis. Podem dizer, por exemplo que a corrupção se anula tornando-a inútil e torna-se inútil se os herdeiros dos corruptos forem capturados ou mortos. Não é nada dificil imaginar as cenas de tais dicursos à multidão. (Bem faz o Dias Loureiro por ter já partido para Cabo Verde que todavia não nos parece suficientemente longe). Os grandes investimentos feitos na segurança polícial devem converter-se num dos grandes perigos. Grupos de delinquentes em uniforme e com as armas distribuidas às corporações saquearão a população. Grupos radicais de direita e esquerda resistirão pela força e conseguirão proteger os seus e porventura mais alguém. A intervenção militar externa, por evidentes motivos humanitários, consumará algum fim de alguma coisa. Não necessariamente de tudo. E a tugária será, enfim, às claras, o que hoje é às escondidas. Quem puder sair que saia. E saia já. E quem queira fazê-lo pode começar a preparar os ajustes de contas, porque está a chegar a hora de alguns ajustes (porventura muitos) e a de todos os desajustes. Felizes os que dez anos depois poderão dizer disto, "era o país de todas as indignidades, estou contente por ter acabado".
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