Wednesday, June 3, 2009

ELEIÇÕES EUROPEIAS: ABSTENÇÃO!

O projecto europeu deveria ter-se fortificado com o exemplo da Suiça, deveria traduzir-se numa democracia sem quebras, nem batotas, no enraizamento de consensos, no progresso comum, em comum acordo. Deveria assentar na condução das instituições europeias - onde a comunhão das soberanias se materializaria - por homens cuja autoridade e prestigio intelectual fosse alicerce dessas instituições e uma condição mais da sua eficácia. Isso tudo que faz da Suiça um fenómeno de prosperidade e paz. Isso que faz de qualquer cidadão da Confederação Helvética, por mais conservador que seja, uma espécie de radical de esquerda aos olhos de um qualquer húngaro, austríaco, espanhol, português, irlandês, até italiano e mesmo francês. Um suíço faz figura de radical junto de qualquer vítima de qualquer terra onde a presença papista tenha tido qualquer influência sobre a concepção de Estado. Mas ao invés de quanto se projectara, os oportunismos de circunstância atiraram para a Comissão uns desgraçados, como o infeliz Barroso, subalternos em quase tudo e incapazes no resto. Gente que faz nosso o seu caminho sempre perto do fiasco, que a outros – e não tanto aos europeus - pode ser conveniente a qualquer momento. Estes desgraçados são inevitáveis. Mas deveria haver um saneamento a permitir pô-los em melhor lugar, à espera de mais ajustado destino. Todos os organismos vivos produzem excrementos. A vida política também. Os Barrosos são o excremento da vida política. Deviam seguir o seu caminho, como coisa biodegrável, rumo à reciclagem. Ao invés, um qualquer Pasolini enlouquecido põe-nos aquilo à mesa. Haverá outra reacção que não seja a de nos levantarmos? Não há outra forma de reacção. E o levantamento deve revestir a forma da abstenção. O voto nulo desqualifica a abstenção dos outros. O voto de protesto, também. É preciso ferir as circunstâncias com a ilegitimidade política da aquisição dos estatutos da deputação. É um pouco como o combate à prostituição, isto. Trata-se substancialmente da mesma coisa, aliás. Num e noutro quadrante resta-nos apenas o poder de não sermos clientes. Tal poder é apreciável. É preciso usá-lo.

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