“Homens de vistas curtas, acreditam que os outros não têm nenhuma luz dentro de si”. O presidente reeleito do Irão foi surpreendido em reflexão na Cidade de Qom, na presença serena do seu mestre e outros dignitários da Escola. Uma primeira diferença é indesmentível -não será?- Ahmadinejad, filmado em privado, aparece reflectindo. Já Barroso, Sarkozy, Berlusconi (entre outros) quando são filmados em privado estão realmente a fazer coisas muito diversas da reflexão. Não se sabe como chegou o vídeo – com péssima qualidade e portanto provavelmente não autorizado – mas não é de excluir que tais imagens hajam sido captadas por espírito de admiração e até com intenções de uso privado. A primeira conclusão destas imagens é a de intensíssimas convicções. Religiosas, sim. Mas políticas também. Convicções quanto ao Direito, ainda. Tais imagens demonstram uma determinação clara no compromisso pessoal e político com a redenção do mundo, na mais estrita fidelidade aos mestres. A República Islâmica está longe de qualquer esvaziamento. Sente-se limiar da Era Nova e olha-se como libertador não apenas da Pátria Iraniana, mas do mundo. Isto não está e não estará ao alcance da imbecilidade instrumental de Moussavi ou figura equivalente. Esse Azeri parece não saber que as pessoas nasceram com uma cara e não podem ter duas. Isto não está ao alcance dos jornalistas avençados do Libé ou de qualquer outro lugar e, tão pouco, está ao alcance do Henri-Lévy que envelheceu “novo Filósofo” e se revela sempre tão atento às profundas razões de quem lhe pague os textos cada vez mais medíocres, produzidos a partir de pretensa autoridade intelectual, jamais reconhecida. Este vídeo está a ser usado como propaganda de denúncia ao “tranquilo fanatismo” religioso e ao “perigo político” das convicções aqui expressas. É tudo inútil. Mais depressa os europeus e americanos arrastados para a miséria – pela desonestidade de uns e indigência ideológica de outros - verão aqui uma razão de esperança. Vivendo entre ladrões, usurários, proxenetas, prostituídos, entregues à guarda de vulgaríssimos cretinos, os ocidentais encontram nestas imagens o que não vêm nas suas terras há muito tempo. Gente que fala de convicções. De projectos. De fidelidade à ideia. De empenhamento militante. E da esperança. Da pureza. Da liberdade e do combate a que estão dispostos. Falam da presença de Deus a quem pedem lucidez, coragem e modéstia. Pedindo estudo e reflexão às suas Escolas Teológicas, cujos mestres veneram com a gratidão de quem sabe quanto lhes deve. Henri-Lévy encontrará certamente nisto alguma coisa capaz de fazer com que lhe paguem mais umas páginas de “denúncia”. Mas estas imagens dizem, tão simplesmente, que nenhum serviço de informação, de nenhum exército inimigo, que nenhum dinheiro de ninguém, que nenhuma propaganda conseguirá alguma vez dobrar esta gente. Essa notícia é um alívio em si mesma. Vai ver-se uma grande agitação. Sim. Há aqui uma Escola. E um Escol. Por consequência, uma Escolta. Só homens capazes de se unirem a estes em aspirações congéneres – mesmo que com outros pontos de partida – poderão alguma vez fazer-se respeitar a tais olhos. Ou ser ouvidos. Quanto a tudo o mais, alea jacta como diria o bom velho Júlio. Todos morreremos um dia. Felizes aqueles a quem foram dadas razões para viver e causa pela qual serão lembrados. Pela tua bravura, Ahmadinejad, pelas tuas aspirações de Justiça, pela firmeza dos teus gestos e pela prudência dos teus mestres, pela paz na tua Pátria e pela vitória sobre os inimigos da tua terra, porque são inimigos de todas as terras e inimigos da liberdade e da dignidade de todos os homens – Kyrie Eleíson! Gospodi Pomilui! Duomne Milueste!... E conceda Deus, o Clemente e Misericordioso, que a nossa gente e a tua jamais venham a enfrentar-se .
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