Sunday, June 7, 2009

Geert Wilders, eleito

Geert Wilders já foi eleito para Estrasburgo (com a admoestação de Bruxelas pela publicação antecipada dos resultados da Holanda). Foi eleito não obstante a sólida reputação de “xenófobo” (melhor dizendo, anti-islamista) e de “extrema-direita”. Nós não sabemos o que possa ser a “extrema-direita” num holandês. O amor à Pátria num holandês implica evidentemente o amor à Tradição do primeiro país europeu a decretar a liberdade de consciência. O mais natural é que essa “extrema-direita”se trate de pura inviabilidade lógica. Wilders vai a Estrasburgo para “lixar aquilo” pelo interior, segundo nos diz. Está zangado. Mas tal ira não pode ser mais intensa que o desprezo absoluto dedicado pelos Holandeses a tal eleição. Pouco mais de trinta e quatro por cento de votantes. Mais inteligente seria não ir. E recusar a legitimidade política de tal titularidade. Mas que vá. E irá com os nossos votos de fulgurante êxito. É preciso “lixar aquilo”, sim. Mas lixar aquilo, não é polir aquilo? (Deus nos valha. O trabalho que dá entendermo-nos!)... Quanto ao anti-islamismo, já temos falado disso. A radicalização agressiva (ou defensiva, mais exactamente) de algumas escolas muçulmanas, anda a par com o florescimento de posições intelectuais muito interessantes noutras. (Hassan al Bana é contemporâneo de Jamal al Din al Afghani e de Mohamad Abduh). Obama já viu isso (e já ia sendo tempo, que a coisa demorou muitos milhares de mortos a compreender). E Wilders pode irritar-se com o que quiser, convindo embora que não provoque males maiores do que aqueles aos quais pretende pôr termo. É desagradável o modo como os árabes tratam as mulheres. Isso é verdade. E inquietante. Quando se pensa que tratam assim as mães deles e as irmãs deles, os cristãos perguntam-se o que pode acontecer aos outros. Mas - poligamia oficialmente à parte - os cristãos (quase todos os cristãos) já trataram as suas mulheres de modo semelhante (ablação cirúrgica do clitoris incluída). E até há muito pouco tempo. (Hoje, por exemplo, os laicistas torturam-nas e deformam-nas com a "moda" feita por maricas que visam, dizem, torná-las "sedutoras" para os outros e o resultado é uma concepção de "elegância de bordel", nisso não podendo ninguém vêr progresso enunciável em voz alta). Os papistas continuam a tratar as crianças de modo especialmente repulsivo e aliás criminoso. E às decapitações do Iraque podem opor-se os voos da morte da Argentina (com a benção de Mons. Tortolo), ou a tortura de Abu Graib e Guantánamo (determinadas por um cristão renascido). O equilíbrio é dificil. É certo. Mas a falta do equilíbrio traduz-se na queda. Não se pode escolher entre monstros. E o menosprezo não é a atitude mais inteligente face aos Textos Sagrados de qualquer religião em nome das referências de outra. Não disse o Cristo que há outros redis com ovelhas suas?

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