Wednesday, March 30, 2011

DESNORTE OTANASCA NA LÍBIA


A OTAN patina e hesita.  Atacaram até antes de qualquer acordo e, parece, antes de qualquer projecto. Atacaram por histeria. Nenhum homem tem útero, mas ali os histéricos preponderam. Tranquilizador, não é? Na Líbia as coisas vão menos mal. A aviação otanasca conseguiu demolir boa parte de quase todas as cidades e até um hospital da Cirenaica bombardeou, certamente para proteger os civis. Nos despojos de guerra mostraram-se menos de uma dezena de tanques destruídos. E umas dezenas de cadáveres de adolescentes africanos com farda militar. Para resultado de semanas de bombardeamentos não será grande coisa. Sobretudo porque as FFAA Líbias têm mais de quatro centenas de tanques. Os rebeldes são visivelmente uma turba que avança em (pequena) horda motorizada. E queixam-se sempre que encontram resistência. Contavam poder “atacar” com o “inimigo” em cessar-fogo, sob pena de bombardeamento otanasca. Mas quando encontram uma unidade regular preparada para os acolher, debandam. É quanto se vê. O grotesco não podia ser maior. Tripoli anuncia que retirou de todas as zonas sob ataque aéreo directo, motivo pelo qual não há danos relevantes a considerar na capacidade militar Líbia. É perfeitamente crível. (Já vimos isso antes, designadamente na Sérvia onde Milosevic capitulou com o país em ruínas, mas sem danos relevantes na capacidade militar das FFAA). Na OTAN, todavia, além da falta de acordos no comando político otanasca (traduzindo absoluta desorientação e a mais evidente falta de objectivos), as direcções políticas só agora perceberam que não conhecem suficientemente bem os “rebeldes”. Não sabem se eles próprios conseguirão um acordo estável para base viável de governo futuro. Isso preocupa-os. (Preocupação um bocadinho tardia). É preciso vencer a corja otanasca nas ruas da Europa e das Américas. Há definitivamente melhor emprego a dar aos dinheiros públicos do que consentir a invenção de guerras civis em casa alheia, a sustentar por um esforço militar dispendiosíssimo, enquanto se lançam “planos de austeridade” sobre os povos da Europa. Dizer de tais direcções políticas que são bandos de cretinos é pouco. E o melhor ainda era entregá-los a Tripoli para processo e julgamento (pelo menos, essa despesa evitava-se).       

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