A OTAN patina e hesita. Atacaram até antes de qualquer acordo e,
parece, antes de qualquer projecto. Atacaram por histeria. Nenhum homem tem
útero, mas ali os histéricos preponderam. Tranquilizador, não é? Na Líbia as
coisas vão menos mal. A aviação otanasca conseguiu demolir boa parte de quase
todas as cidades e até um hospital da Cirenaica bombardeou, certamente para
proteger os civis. Nos despojos de guerra mostraram-se menos de uma dezena de
tanques destruídos. E umas dezenas de cadáveres de adolescentes africanos com
farda militar. Para resultado de semanas de bombardeamentos não será grande coisa.
Sobretudo porque as FFAA Líbias têm mais de quatro centenas de tanques. Os rebeldes são visivelmente
uma turba que avança em (pequena) horda motorizada. E queixam-se sempre que
encontram resistência. Contavam poder “atacar” com o “inimigo” em cessar-fogo,
sob pena de bombardeamento otanasca. Mas quando encontram uma unidade regular
preparada para os acolher, debandam. É quanto se vê. O grotesco não podia ser
maior. Tripoli anuncia que retirou de todas as zonas sob ataque aéreo directo,
motivo pelo qual não há danos relevantes a considerar na capacidade militar
Líbia. É perfeitamente crível. (Já vimos isso antes, designadamente na Sérvia
onde Milosevic capitulou com o país em ruínas, mas sem danos relevantes na capacidade
militar das FFAA). Na OTAN, todavia, além da falta de acordos no comando
político otanasca (traduzindo absoluta desorientação e a mais evidente falta de
objectivos), as direcções políticas só agora perceberam que não conhecem
suficientemente bem os “rebeldes”. Não sabem se eles próprios conseguirão um
acordo estável para base viável de governo futuro. Isso preocupa-os. (Preocupação
um bocadinho tardia). É preciso vencer a corja otanasca nas ruas da Europa e das Américas. Há
definitivamente melhor emprego a dar aos dinheiros públicos do que consentir a
invenção de guerras civis em casa alheia, a sustentar por um esforço militar
dispendiosíssimo, enquanto se lançam “planos de austeridade” sobre os povos da
Europa. Dizer de tais direcções políticas que são bandos de cretinos é pouco. E
o melhor ainda era entregá-los a Tripoli para processo e julgamento (pelo
menos, essa despesa evitava-se).
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment