Quartim Graça e Miguel Castelo Branco insurgem-se contra o tratamento da movimentação dos" taksinistas" no Sião. A gente simpatiza com o Quartim Graça. E com o Miguel Castelo Branco. E eles acham que os gajos de esquerda são os broncos de sempre. Realmente, dizer menos que isso é impossível. O Pedro e o Miguel acham que eles estão a ver tudo de pernas para o ar. É pelo menos o que costuma acontecer. (Não nos demos ao trabalho de verificar). Costuma ser assim, ao menos na tugária. À ideia de tugária o Pedro e o Miguel opõem que “aqui não se diz mal de Portugal”. (“Aqui”, quer dizer, “lá”, bem entendido, porque aqui - propriamente falando - faz-se habitualmente isso mesmo porque se diz o que se vê e não há nada de bom para ver ou dizer). Os gajos de esquerda são uns broncos. A gente olha para eles e apetece chamar o Pinochet da tumba. Mas depois olha-se para o Pinochet e o único antídoto é a nostalgia do Stalin. É terrível, isto. Não nos dispersemos, porém. Estão a ver tudo de pernas para o ar, os gajos de esquerda. Como de costume. Já lá dizia o Timi, patrão local do Pravda, "com uma esquerda destas está tudo lixado". E não está?... É assim que eles são. Isto é tão certo como o Pravda ser uma das provas da existência de Deus. São assim. Mas talvez nem todos. Taksin é um monstro. Por menos que se simpatize com o despotismo asiático (terminologia de Montesquieu) mitigado (como diziam os programas salazaristas de Filosofia no secundário). Taksin é um monstro. (A gente repete, que a malta de esquerda à moda do lugar gosta das repetições, sobretudo de frases curtas). Taksin é um monstro. O Miguel Castelo Branco comove-se com os alunos ajoelhados aos pés do professores, com os professores fardados e com patentes militares, com a veneração da imagem do Rei divinizado... Nós somos um tudo nada mais prosaicos. Achamos que o trono do Sião não tem sido seguramente ocupado por deuses. E se usássemos farda teríamos de ser nós a desenhá-la (parece que o Adolfo fez exactamente isso, mas houve outros que fizeram o mesmo, a começar pelos Reis do Sião). E só usaríamos farda num exército nosso. (Ideia que não é completamente ficcional). Não são deuses, os Reis do Sião. Todavia, a subsistência do Sião é igualzinha a um milagre. Nem o Eça ia contra. E não nos surpreende nada que os tailandeses assim o pensem. Ou assim sintam, mesmo que não o pensem. Têm certamente muitas e excelentes razões para estar gratos à Família Real. O modo como o expressam, ainda que seja o deles e ainda que não tenhamos nada com isso (e realmente não temos nada com isso), provoca calafrios. (Apesar de não termos nada com isso). Mas sim, a coisa vista de perto pode ser menos má do que parece. Não obstante, parece péssima. Disso não há dúvida. Bem entendido, o Rei é um gentil ancião. E assim tudo se facilita, seguramente. Não é propriamente o Kavako. E está longe de ser o D. Duarte. O Kavako, como se sabe, é o mais importante argumento em favor da Monarquia. Com um Príncipe no trono, não há risco de haver um Kavako na Chefia do Estado. Ou um Eanes. Ou qualquer fenómeno análogo. E o D. Duarte é o mais importante argumento em favor da República. Olha-se e fica-se logo hesitante. Ouve-se aquela gentil entidade por dois minutos e perdem-se as dúvidas todas. Quando se ouve a D. Isabel, então é de fugir logo para o colo do António Reis. (De onde convém arrancar mal ali se chegue). Para nós, bastou o Fernando Teixeira no casamento. Com o complemento ideal do Paulo Teixeira Pinto no Conselho. (Sem um Teixeira o Duque deve sentir-se perdido). Independentemente de tudo e no que respeita ao Sião - é perfeitamente seguro - têm razão o Castelo Branco e o Quartim Graça. Taksin é um monstro. Vamos repetir ainda uma vez. Taksin é um monstro.
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