A Itália divide-se entre a ruptura com a indigência intelectual da esquerda oficial e o horror à indigência moral da direita que há. Entretanto, os números inclinam-se para a indigência moral em detrimento da intelectual. A Liga do Norte é a grande vencedora. O centro transforma-se em inutilidade. Centro de quê? O centro é determinado pelos extremos. Não se define a si próprio, são os outros quem o define. Em França a coisa é menos clara pela rejeição do sarcoma húngaro que ameaça devorar o legado republicano. Mas o problema é essencialmente o mesmo. Em Espanha a tradição republicana resiste um pouco melhor porque a direita é excessivamente papista e o papismo está perfeitamente ao alcance de uma sentença de qualquer tribunal criminal. A tugária, por seu turno, é uma ficção. Está na antecâmara do estatuto de protectorado. Mas a população que não abandonar o território (como se recomenda vivamente) tem tarefas duras pela frente, no que à defesa da sua vida respeita. Porque a miséria não anula a corrupção, amplia-a. E os que determinaram a miséria serão os primeiros a oferecer-se como capatazes do diretório de estados. E evidentemente, os únicos capazes de lucrarem com a miséria. A miséria é o único grande negócio que conhecem. Nisto como em tudo o mais, a solução não depende das forças locais. Embora não seja indiferente a possibilidade de as reconhecer com facilidade.
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