Cavaco fez rir a Catalunha apresentando Portugal como “país forte” no La Vanguardia. Acrescentou que a Língua Portuguesa é falada por 250 milhões de pessoas. Disse que falar da integração política em Espanha é “perda de tempo”. Contraditoriamente colou-se a Espanha para dizer que comparar Portugal e Espanha com a Grécia é coisa de “ má fé”. Lembrou-se ainda – também contraditoriamente - de felicitar a Catalunha por ser “líder” nas relações económicas da Espanha com este território ocidental da Península. E se falar da integração política é “perda de tempo”do ponto de vista dele, já 40% do eleitorado português é favorável à ideia e a integração prossegue do ponto de vista económico e social (os minhotos trabalham na Galiza, aproveitando trabalhos ocasionais e os beirões em Castela, os algarvios na Andaluzia). Talvez não adiante falar disso por estar em curso inelutável. O modo como as coisas correm traduz a desintegração do território ocidental com integrações região a região. Só os reféns da armadilha da costa ocidental se encontram aí presos à miséria que a crise acentua. (Falta de pescas e quebra de procura do turismo cujos equipamentos e serviços são de péssima qualidade). “Portugal é forte” mas, também contraditoriamente, é economicamente subsidiário da vitalidade económica espanhola ou da falta dela – sendo a Espanha primeiro parceiro económico, deste “país forte” ao qual faltam parceiros económicos – com a liderança regional da Catalunha nestas relações. Quanto à Língua, Moçambique integra a comunidade dos países de Língua Inglesa, A Guiné integra a comunidade de Língua Francesa e o Brasil fala uma Língua que definitivamente é a sua. De resto a “Língua Portuguesa” é coisa reduzida ao léxico das minutas administrativas, que uma jurisprudência de atrasados mentais impõe ao jornalismo e a todas as demais formas de expressão. Quanto resta de tal Língua parece lastro indesejável. Nem em Portugal se fala Português. E o mais natural é que tão indesejável Língua residual leve sempre consigo as amputações que serve para expressar, assim difundindo as insuficiências como infecção ou estigma. Quanto à comparação com a Grécia, quando futuramente o frustre Cavaco falar da Grécia devem os Gregos exigir-lhe que se levante. A Grécia é terra com Estado digno do nome. Com exército digno do nome. Com homens dignos do nome. E “Portugal já deixou de existir” como disse o bom velho Napoleão. Quanto resta é a tugária. Em nítido abuso saldado na contrafacção de marca. Esta gentalha não pode ser portuguesa e se eles o fossem, mais ninguém poderia sê-lo, ou mesmo tê-lo sido. Cavaco foi a Barcelona e a Andorra. Em Andorra tratou – imagine-se – da possibilidade do estabelecimento de um Banco Português. Ninguém perguntou qual. Ninguém perguntou porque motivo um Chefe do Estado se intromete com este alcance no domínio da concorrência comercial. Não recordamos que o parlamento tenha autorizado a viagem para tal coisa. Ninguém perguntou qual é o banco privilegiado. Ninguém perguntou que contrapartidas esperará Cavaco. Também ninguém perguntou porque motivo a imprensa da tugária não disse uma palavra sobre isso. Perguntamos nós. E viva a Google sem a qual ninguém poderia fazer perguntas destas. Viva a Google sem cujo auxílio não poderíamos dizer que isto nos deixa à beira do vómito todos os dias.
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