Com uma abstenção a superar os 44 %, o
Presidente Chávez obteve 49,29 % por cento dos sufrágios, contra 50,7 % no primeiro agrupamento de questões. Uma vitória tangencial da oposição que nada indica, com segurança, relativamente à eventual quebra da base social de apoio do presidente. De novo a oposição venezuelana teve uma crise de histeria, desta vez, com a Igreja de Stennico a ajudar visivelmente. Salienta-se a parvoíce infinita de Silva Peneda que, à frente de uma delegação do Parlamento Europeu, ali se deslocou para “observar” o referendum, multiplicando-se em declarações em nome da Europa, com muitas (e pretensas) inquietações quanto à “liberdade de expressão”. Isto vindo de um homem em cujo país (Portugal) a imprensa partilha do desprestígio do inteiro sistema político-partidário, onde a liberdade de expressão é permanentemente violada por sentenças criminais que mais parecem sentenças criminosas e são objectivamente violadoras da Convenção Europeia dos Direitos do Homem (segundo a jurisprudência constante do Tribunal Europeu) e onde o Tribunal Constitucional é tão escandalosamente parasitário que até os conservadores lhe propõem a extinção. É portanto um Peneda emergindo de país neste estado que se vai por a comentar as “infracções” do presidente Chávez. Acha mal que uma licença de televisão caducada não tenha sido renovada (de facto podia tê-lo sido, mas seguida do confisco do estabelecimento como instrumento de crime nos termos do Código Penal Venezuelano; teria preferido assim, Silva Peneda?)... Nem se percebe aliás o que poderia um homem como Chávez fazer pior do que os portugueses fazem cá na terra (se alguma coisa estivesse a fazer mal). Mesmo nas perseguições judiciais à “extrema direita”, em Portugal, não se percebe exactamente em que sector seriam os perseguidores mais liberais que os perseguidos (tudo indicando o contrário, de resto) … devendo sublinhar-se a apreensão do Animal Farm de Orwell exibido na Televisão pela Polícia como um dos sinistros livros que os fascistas autóctones lêem (!) … Nem à esquerda, nem à direita, por mais radicais que sejam, pode haver maiores horrores que estes do pardacento centrismo autóctone (podem ser ampliados no plano da quantidade, mas não podem ser piores no género). Restariam os casos de morte, mas isso, no quadro do “respeito devido às instituições”, sempre poderia ser suprido (quanto a Portugal e entre muitos outros episódios) pela decapitação de Sacavém no posto da GNR … Peneda: “
por qué no te callas?”
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