Saturday, December 1, 2007

CONTRA ORDEM, CONTRA-ORDEM E PALAVRAS COM CHEIRO

Temos um simpático homónimo além Atlântico. Site de poeta. E vimos outro blog de poesia (brasileira, parece) em Portugal. Interessante. Num país onde não se conhecem já poetas vivos, eles relembram-nos o (aqui completamente esquecido) lirismo do Ocidente Peninsular. Contra-Ordem pára até em Fernando Pessoa. Como parou um pintor romeno a oscilar entre Madrid e Lisboa. Numa terra onde se foge dos espelhos, como da luz, é estranho encontrar estes espelhos de vozes e telas. Nós aqui, presos num bordel de Zola, com muros de asilo de Dickens e sobressaltos de Tenessee Williams… E eles dizem-nos baixinho ”que tristeza esta/ que me assalta a alma/ que me corrói que me mata/ que me destrói”… Mas isso, aqui, é assim mesmo. É o peso do fim da terra. Opressivo, bem sabemos. É o lugar da morte das estrelas da Eurásia. Terra de todos os poentes. Não é lugar onde vivam - sem preço em mágoa - quaisquer mãos capazes de obra. Ou olhos de brilhos cintilantes... Mas obrigado por falarem. Pensávamos que esta modalidade da língua galaica já só servia para sórdidas minutas, grunhidas por pardas e acéfalas aventesmas. E descobrimo-vos assim, de repente, à porta do nosso inferno, a chorar baixinho ou a pintar… que surpresa!...

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