Tranparency Internacional 2007. Há mais portugueses que tailandeses a acharem que o sistema judicial do seu país é corrupto. (A verdade porém é que os portugueses ainda não sabem da missa a metade e essa é uma das vantagens das restrições à imprensa pela ameaça permanente dos pretensos crimes de "injúria" e de "informação tendenciosa"). Há mais portugueses do que sul-africanos a entender o mesmo. Mais portugueses do que malaios e - evidentemente - muito mais portugueses que cidadãos de Singapura. Estamos nisto ao nível das opiniões dos cidadãos da Colômbia e das Filipinas. Ligeiramente ultrapassados, mas só ligeiramente, pelos cidadãos do Kossovo (!)... O Kossovo. Isto revela uma utilidade inesperada da independência de um estado nado-morto. Uma ficção de Estado na Europa com a qual Portugal pode enfim comparar-se em vantagem clara. (Embora não necessariamente com grande vantagem). Sessenta e quatro por cento dos portugueses inquiridos esperam que a corrupção se agrave nos próximos três anos. Realistas, portanto. Mas subiste um elevado índice de confiança no sistema, porque ainda há vinte por cento de inquiridos a esperarem a baixa de tão sinistros índices. Mas sessenta e quatro por cento dos cidadãos estão já cientes que o Estado - e os seus infindáveis parasitas - é o principal problema do país. Isto, numa terra onde a imprensa está sob pressão cerrada - e onde toda a gente fala por meias palavras, onde todos os temas são "melindrosos" - é definitivamente alguma coisa.
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