Chamarás lei à coerção com a qual te impões aos teus inimigos, de molde a que sofram a tua vontade. Chamarás liberdade de informação à actuação dos canais pelos quais exigirás ouvir dos teus inimigos a conformação à tua vontade, sob a forma de dor, ou sujeição. Escreverás até sujeição na lei. Chamarás justiça ao aparelho de serventuários que reputarás sagrado e a quem incumbes da fixação punitiva e definitiva, da imagem dos teus inimigos diante do povo, quanto a quem a pobreza e o crédito asseguram o medo e a submissão, sem necessidade de maior terror. Chamarás imunidade, privilégio ou irresponsabilidade, conforme os casos, ao estatuto dos teus serventuários pelo qual lhes permitirás traficar em prol dos seus apetites e por modo tão repugnante para a moral subsistente que por nenhuma forma lhes passe pela cabeça qualquer vontade pessoal acima das questões próprias dos seus ventres. Às aflições consentirás o apelo a Deus, desde que os sacerdotes sejam pedoclastas e tão sórdidos como quaisquer serventuários teus. Mas organizarás o laicismo em maçonarias que o sejam também de traficantes de tudo. Não consentirás nenhuma normalidade de ânimo em qualquer ponto do teu horizonte político ou pessoal. Falarás apenas de lei, ordem, segurança, estabilidade, crise, retoma, desenvolvimento. E de ti próprio. Isto dito, Satanael calou-se sorrindo diante da perversão obtida. E ali os temos. Cavaco. Sócrates. Portas. Policarpo. E os seus sicários, sequazes e fâmulos. À sua interação chama-se "situação política".
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