Quebra da moeda em 50% nos últimos dois anos, 10% de inflacção não obstante o congelamento geral dos preços, desabamento do pib cuja quebra foi de 14%, são os resultados obtidos em dois anos de governo da nininha das trancinhas, Ioulia Timochenko, adolescente eterna no limar dos cinquenta anos. Conseguiu, por outro lado, ter algum juízo quanto à crise georgiana e logrou mesmo ser (bem) recebida em Moscovo, capital pela qual mantinha ressentimentos aparentemente evanescentes. Os russos olham a Ucrânia de dois modos: terra mãe, no discurso do Santo Patriarca de Moscovo e todas as Rússias, ou “um país a custo” no realismo atento do Kremlin, mesclado de indulgencia e desdém. Viktor Ianoukovitch apresenta alguns aspectos em comum com a nininha das tranças. Ambos passaram pela cadeia, ela por corrupção em 2001 e ele, bem mais cedo, por uma questão de costumes que usa designar como “erro de juventude”. Nenhum deles tem programa que se veja. Do ponto de vista da segurança jurídica o país vive em regime próximo da tugária, onde a lei se faz para que o teu inimigo a cumpra, ou melhor dizendo, a sofra. Isto é mais interessante do que parece, porque se a boa educação ensina a que nos façamos leves para os outros, não deixam de ser interessantes estes estados de alarves (na tugária eles existem sob a forma vulgar de homens-kavako) onde a lei lhes serve para se fazerem tão pesadamente odiosos quanto o consigam. Enfim... A Timochenko tem sido descrita como completamente destituida de convicções ou escrúpulos, como é frequente nas personalidades fragilizadas senão adoecidas em regimes autoritários. Apresenta-se dotada de inteligência razoável. Parece impossível de aconselhar. E mantém, dizem os diplomatas, uma aptidão para mentir capaz de ruborizar qualquer velho sodomita dos paços do Vaticano. Possa S. Vladimir de Kiev, cuja memória hoje comemoramos, interceder pela dignidade e liberdade do seu povo. As eleições ucranianas terão lugar no Domingo do Filho Pródigo. Sete de Fevereiro. E não há dúvida que a Ucrânia está já a comer com os porcos. É talvez o momento de voltar ao convívio dos seus.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment