O forte e retemperante perfume da desgraça paira sobre a Europa ocidental com os primeiros raios de sol. É o momento de pagar as tolices onde se cantava a inferioridade da Europa do Sul. Os investidores levaram a sério tais tolices e na dúvida quanto à capacidade da Europa do Sul pagar os seus deficits, o euro precipita-se. E a União abana. Porque abana a união monetária, entenda-se. Pensemos por um instante nos efeitos benéficos para os tugas da sua exclusão do espaço euro. A moeda cairia por dez no dia seguinte. E os sindicatos da função pública - por cujas cabeças não passa sequer a solução irlandesa de pôr toda a administração pública a ganhar metade – teriam então a surpresa de descobrir os seus membros a ganhar um décimo do que ganham hoje. Um décimo do que ganhavam ainda na véspera. Os sindicatos têm alguma razão (embora não toda) a ganhar metade anda aqui toda a gente desde sempre. É a usura como lei do lugar. Mas e agora, com a perspectiva de ganhar um décimo da metade?... Agora devia ser – ou nem assim será? - a rebelião. O ideal seria a revolução, mas é duvidoso que tanto cretino tão lasso consiga ir tão longe. De resto eles querem quem os proteja e não propriamente assumir o governo de aspirações comuns. Porque à beira da desgraça os corações se elevam, do discurso de sobranceria relativamente à Grécia, passámos já a ouvir o panegírico de Papandréu. O homem de quem tudo depende. (Que exagerados). Mas é seguramente um homem. E dele não dependerá tudo, embora dependa alguma coisa. (Outras coisas dependem de metades de homem, ou homens-kavako). Nós os gregos sempre achámos que o homem providencial haveria de nascer na Santa Hélade. Notámos o estatuto (ou falta dele) de” pedra desprezada” na construção. Mas também isso nos é familiar. Há uma velha história assim, no legado cultural comum. Talvez Papandréu salve a união monetária. E talvez não. E quem nos dirá quanto sente Papandréu ao olhar o corrupto labrego (papista) da tugária?
No comments:
Post a Comment