Face à corrupção no território
O sistema judicial, por exemplo, não pode senão ser uma simples correia de transmissão da direcção política da corrupção. Quando é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma, faz-se um processo judicial com fanfarra de imprensa. Os arguidos são defendidos por advogados “que contam”, i.e. por gangsters que trazem aos defendidos a "orientação" em cujos termos, “nesta fase”, a resignação é o único caminho para “não perder tudo”, para proteger a estrutura que há-de protegê-los também, por uma “compensação” que há-de vir. Alguns processos são “automáticos” (as fraudes com os fundos europeus, são um exemplo). Assim quando o governo Kavako queria especular financeiramente com o dinheiro desses fundos, determinava (de surpresa) despesas inelegíveis cuja verificação dava origem a “processos criminais” automáticos, arrastados por anos, mas onde nada se provava (nem podia provar) e cujos ecos na imprensa eram depois compensados às vítimas por outras benesses cuja expectativa assegurava a colaboração em tão dolorosas farsas... Bem entendido, a corrupção propriamente dita ficava sempre longe de ser atingida no que aos fundos europeus disse (e diz) respeito. Mas parecia que sim, que se fazia "alguma coisa".
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