A parasitagem deste território pela oligarquia é mais crua do que o foi a exploração das colónias. Nenhuma lógica de Estado, sequer, sobreviveu aqui. Os oligarcas nem se ocupam do Estado - tal o desprezo pela coisa pública - e mandam sopeiros seus ocupar-se disso e aí cumprir as indicações que lhes dão. O filho do contínuo, o filho do caseiro e o filho do gasolineiro tratam dessas coisas e, não tendo para onde voltar, melhor será que tratem delas bem, caso queiram ter emprego à saída. Já a filha da porteira ou do merceeiro vai para a judicatura. À população exigem estas servis criaturas um grau de servilismo igual ou superior ao seu. Os mecanismos de repressão nunca foram tão arbitrários, tão mediocres, tão brutais. Os advogados são gangsters ao serviço desta "ordem natural das coisas". E qualquer chui de giro abate impunemente e com requintes de malvadez qualquer adolescente, sentindo-se todos os chuis muito ofendidos se alguém o disser (e isso é evidentemente pretexto para mais um esbulho de mais uns dinheiros, seja a título pretensamente indemnizatório, seja como sanção penal, que a sopeira-juiz - no tribunal que há - concede ao abrigo do respeito devido às instituições). Todo o direito se tornou coisa para inglês ver. O país tornou-se politicamente inviável. Mas a imunda corja parasitária deixou já o hospedeiro à beira da morte por inanição. Se o matar, mata-se. Se o poupar, ele matá-la-á. A ideia da sobrecarga para "as gerações futuras" é um disparate. Nada obriga as gerações futuras a pagar seja o que for. Nada as obriga sequer a continuarem aqui. Vem isto a propósito da anibalidade kavakal. É interessante o grau de miséria que consegue construir-se prometendo a prosperidade. Continuarão os três milhões de imbecis a acreditar em tais promessas? É bem possível que sim. -"A gente sem uma fé nã semos nada". Não é isto o que costuma ouvir-se?
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