Wednesday, June 25, 2008
Explicitação metodológica: o estupor da velha
Sunday, June 22, 2008
O Estupor da Velha e o regresso dos capões
Friday, June 20, 2008
Insulto à Pobreza e à Clemência
REAFIRMAÇÃO
A REVOLUÇÃO PERMANENTE DO MONAQUISMO
Thursday, June 19, 2008
Não-denominacionismo
Wednesday, June 18, 2008
Para a História da indecência
Tuesday, June 17, 2008
PESADELO DOS FEDERASTAS
Monday, June 16, 2008
IGREJA RUSSA PEDE ESCLARECIMENTOS
A Santa Igreja Russa pediu explicações formais ao Patriarcado da Roménia sobre a eventual comunhão do Metropolita do Banat em rito presidido pelo núncio do Vaticano na Roménia. O pedido de esclarecimento foi subscrito pelo Metropolita Kiril (foto à esquerda). Tal situação deve ser explicada, realmente, não vá dar-se o caso de estarmos perante um uniata. Paralelamente, a Santa Igreja Romena entronizou o novo Metropolita da Moldávia, o brilhante Metropolita Teofan, até agora no Trono Metropolitano da Olténia (foto à direita). A confirmar-se o escândalo com o Metropolita do Banat, o dito ecumenismo vai previsivelmente sofrer alguns reveses nas décadas mais próximas. Todavia é bem sabido que o Vaticano tende a fraccionar, pela intriga, pelo aliciamento (às vezes por simples compras) e pelo equívoco rapidamente explorado e difundido, as comunidades ortodoxas das quais se aproxima. É um objectivo permanentemente visado, embora tenha preços sempre insuspeitados para o Vaticano. A Santa Igreja Romena tem parecido demasiado exposta a esta malsã proximidade. Mas seja o incidente o que tiver sido, ele não terá importância a não ser no plano pessoal. As fotografias publicadas pelos papistas e que pudemos examinar não são suficientemente explícitas (eles denunciam, como se vê, quem deles se aproxima, imagine-se). Aguardemos a posição do Patriarca Daniel.
Sunday, June 15, 2008
De Reykjavik a Владивосток
Hamid Karzai
Hamid Karzai é uma figura mais simpática do que o papel que tem desempenhado. Poderia ser um homem de Estado, se ali houvesse tal coisa. Poderia ter dado um óptimo primeiro-ministro do Rei, mas o Rei recusou o papel de fantoche das forças de ocupação. (É frequente os reis terem algum respeito pelos seus povos). Karzai deve estar fatigado por ser presidente de uma ficção. E fez uma coisa estranha: ameaçou o Paquistão com a violação de fronteiras pelo “seu” exército (o “exército do Afeganistão”), como retaliação pelo santuário que o território tribal do Paquistão tem oferecido aos talibã. É difícil imaginar maior tolice. Primeiro porque naquele território mandam realmente os que lá estão. O exército do Paquistão só lá tem entrado no enquadramento de operações de vastas proporções mas de duração restrita e objectivos limitados. Karzai imagina, parece, poder fazer mais do que isso. Adiantará lembrar-lhe que perderá o que tem, sem ganhar o que quer? O território da FATA (Federally Administered Tribal Areas), como o nome o indica, tem um estranho estatuto, porque, como a história o ensina, logrou resistir a poderes mais significativos do que a ficção à qual preside Karzai. A imprensa dos países comprometidos na ocupação não deu até agora nenhuma importância ao que promete ser um verdadeiro desaire. Felizmente, a Al Jazeera existe. (Como tudo era diferente sem este admirável Emir). Agora Karzai ou cumpre, ou não cumpre. Em qualquer dos casos, Karzai mudou de fase. E a História desta ocupação militar também.
EN ESPAÑA y PORTUGAL
Os transportadores não desarmam em Espanha e as gentes do PSOE começam a pensar e a praticar a repressão. Os alarves portugueses estiveram perto, tendo parado todavia a tempo. Em Espanha eles são mais corajosos e prosseguem, portanto, corajosamente, uma profunda estupidez. Rememoremos… O Estado moderno nasce da aliança da coroa com o povo (não será?) contra o arbítrio dos potentados locais, os grandes senhores que, afinal, não eram tão grandes como supunham. A centralização do poder permitiu que a Lei libertasse onde a liberdade do mero arbítrio oprimia. E tal problema nunca deixou de regressar sob novas formas. Hoje é o mesmo. O problema de sempre. E é um erro fatal, para o Estado, hostilizar a revolta das vítimas. Um disparate pegado, isto. A direcção política do Estado é a direcção política de um país. No âmbito da União Europeia, como nos demais âmbitos do Direito dos Tratados, o Estado tem hoje a possibilidade de fazer intervir uma comunhão de soberanias para fazer face a problemas globais, como o da especulação à escala global. (A recente declaração dos ministros das finanças do G 8 é já alguma coisa, sendo embora tímida demais, mesmo que alguma eficácia imediata se lhe note). A visibilidade da revolta das vítimas da especulação à escala global num território concreto, sempre seria um título de legitimidade acrescida do respectivo estado para exigir a concertação de esforços numa intervenção internacional. Mesmo que essas vítimas errem o alvo dos seus protestos, sempre se poderia ajudá-las a acertar… Ao invés disso, andam a chamar aos transportadores em paralisação “assaltantes” (como em Portugal). Nem a Direita Espanhola foi tão longe. São frágeis as convicções ditas de esquerda na segunda Ibéria. (Sendo a primeira Ibéria, evidentemente, a terra à qual se chama Geórgia). Ao primeiro pretexto, estes tipos alucinam e cada um deles imagina-se Belissário diante da Vandália. Franco e Salazar faziam o mesmo. Mas bárbaros só eles próprios. São eles quem não sabe o que dizer e são eles quem não sabe o que diz. Depois… Melhor cabe aqui Artur que Belissário. Os romanos em revolta hão-de conter os bárbaros. Travando os novos saqueadores das suas terras: os especuladores, evidentemente. E punindo os bárbaros que, no lugar, lhes servem de agentes. Mesmo que seja só por estupidez. Contra Ordem entende que a estupidez é um crime como os outros, se não for a fonte de todos os crimes. Nenhum decreto pode opor-se à vida. Porque essa oposição é a fonte de todos os excessos. Nenhum dirigente do Estado pode opor-se ao seu próprio povo nestes termos. Esse é um combate que ninguém ganhou nunca. E é espantosa a facilidade com que se desiquilibra esta gente. A fragilidade do Estado confessada pelo Primeiro-Ministro português foi e é, aqui, antes de mais, a estupidez de quem o dirige. (E não parece haver melhor em alternativa, dentro do leque, ou, como eles gostam de dizer,” do arco da governabilidade”). Os "socialistas portugueses" andam como se esperaria. Não há nada a esperar de tal gente. Zapatero tem estado, nisto, abaixo das expectativas (coisa nem sequer frequente).
Friday, June 13, 2008
CHEFE DA IGREJA CATÓLICA VISITA O VATICANO
Foram décadas de subalternidade. Ao Vaticano costumavam deslocar-se sobretudo os Directores da CIA. Mesmo assim, com o cuidado de deixar claro que jamais tiveram de esperar na antecâmara, entrando directamente no gabinete do papa. Desde Paulo VI. Tais declarações públicas eram nitidamente feitas em defesa da dignidade institucional que representavam, não fosse pensar-se que meros agentes e informadores tinham maior importância do que a razoável. Mas agora Bush, magnânimo, visitou o coração da "sociedade perfeitíssima". Entre sorrisos de satisfação. Martirizaram-no com um concerto - sem música country - mas nos jardins, e isso sempre lhe deu oportunidade de olhar para o verde. Não terá sido possível discutir grande coisa ao mais alto nível. Bush não sabe quem são os caldeus. Nem os "greco-católicos". Nem os melkitas. E Ratzinger dá, há tempos, mostras de degenerescência arteropática acentuada. Não terão conversado grande coisa. Aliás, a Bush é difícil pensar em Língua Inglesa. Mas a visita simbólica foi consumada. Com o modelo de "visita de estado".
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Thursday, June 12, 2008
ADIAMENTO PRAGMÁTICO
Dez pequenas medidas convenceram os transportadores rodoviários a voltar à circulação. Não ganharam grande coisa, mas adquiriram a experiência da força própria. E deram a outros vectores da actividade económica um exemplo criticamente importante. A crise pode portanto continuar e nem sequer por outros meios. Os transportadores de cimento e brita, os agricultores, os taxistas propõem-se já experimentar meios análogos. É a "democratização" da espiral chilena que matou Allende? Pelo menos parece-o. Mas depois da espiral vieram as revoluções laranja e rosa. As técnicas tenderão naturalmente para sínteses mais criativas... Separadas das organizações partidárias que perderam toda a credibilidade, as novas organizações de classe, em pré-insurreição, podem bem conjugar-se entre si . Aliás se não vier delas a nova liderança política e nova eficácia de liderança, o território não tem recomposição possível. O Estado da Casa Pia tem de morrer. E às larvas que lhe infestam já as partes moles não se lhes deveria dar mais do que tal cadáver. Resta saber se conseguiremos que tão repulsivo bicho morra só... Seja como for, a crise deve continuar. Viva a crise!
Wednesday, June 11, 2008
Os "especialistas": crise em agravamento
Os “especialistas” puseram-se a pensar. E pretendem que a paralisação dos industriais e trabalhadores dos transportes rodoviários, não traduzindo embora “tecnicamente” um “lockout”, corresponderia materialmente a este (!?) e portanto “poderia” (!?) caber na proibição constitucional desta conduta. É comovente o esforço que ocasionalmente fazem para pensar, embora em regra o façam pelos piores motivos. Mas quando estes infelizes se põem a pensar, dá nisto. Querem uma desculpa para a intervenção violenta (policial, designadamente) mas não sabem qual haja de ser. Embora também se não veja que utilidade teria a intervenção violenta. Contra ordem não vê exactamente como haveria de forçar-se (materialmente falando) alguém a por em circulação os seus veículos de transporte. Podem arranjar-se soluções várias (desde a requisição, até à tipificação de novos ilícitos penais), mas mandar uma força de polícia forçar alguém a mandar conduzir os camiões, ou a conduzi-los… É, à partida, um fiasco grotesco. Aliás as cadeias já estão sobrelotadas. Vão prendê-los nos estádios, ou nas praças de toiros? De resto, há um detalhe elementar chamado liberdade contratual. Ninguém é obrigado a contratar. Nem nos transportes. É difícil resolver esta coisa, sim. Evidentemente não é impossível (esta coisa podia até nem ter começado). Mas Contra Ordem não tem responsabilidades formativas da corja. E fica-se a observar. Por ora.
AQUECIMENTO
No território respira-se a acidez das situações pré-insurreccionais. E grande parte da explicação radica na conduta dos imbecis na direcção política do Estado. Se os pescadores fazem greve, logo um imbecil do governo se apressa a dizer que isso não terá relevância nenhuma. (É portanto preciso ser mais radical). Uma central sindical põe duzentas mil pessoas na rua e logo uma concertação de idiotas determina a ausência de notícia decente de tal evento (!), apesar de não haver memória de tais coisas desde o verão quente de 1975. Os empresários de camionagem e os camionistas recusam os abastecimentos e o aeroporto de Lisboa tem de ser abastecido sob escolta (!) enquanto, dois dias depois, o sistema de distribuição alimentar anuncia a iminência da ruptura de stocks (evidentemente, porque as reservas alimentares das cidades do território só aguentam três dias). Perante isto, os atrasados mentais do governo tratam a coisa como mera perturbação da ordem pública. (Obviamente, nenhuma das oposições com expressão parlamentar teria feito outra coisa). Ordem pública… Realmente houve já uma vítima da cobardia, porque um camionista decidiu não parar e passou por cima de um grevista e fê-lo, aos olhos de Contra Ordem, com a surda crueldade dos eunucos – coisa normal em satanarquia – que se apressa a gritar, na conhecida alternância da satisfação e medo, ter feito aquilo por “acidente”. Houve mais três feridos, por análogos acidentes. (A greve dos camionistas ameaça ter a mesma proporção de baixas que a guerra do Iraque). Mas o sistema de ensino também está à beira da ruptura. Como o sistema hospitalar e de saúde. A justiça está desorganizada para não funcionar e, alias, destruturada pela resistência gritante ao Direito Internacional dos Direitos do Homem. (O aparelho judicial é mero instrumento em condições de ferir qualquer homem em protesto quando isso possa ser conveniente e, portanto, também por aqui se exigindo o motim, única forma de tomar a palavra perante a recusa e perseguição da discussão). Todos os pequenos comerciantes são vítimas da ferocidade do fisco que lhes penhora arbitrariamente contas bancárias e estabelecimentos, ao ponto de ameaçar a regularidade da vida económica. As pseudo-oposições têm conexões de interesses e de família com o governo, motivo pelo qual o PS protege o líder da extrema direita parlamentar e este é irmão de um dos dirigentes da extrema esquerda parlamentar, enquanto os filhos dos velhotes do PS vão casando com as filhas dos velhotes do PSD e vice-versa, sendo uns e outros “instalados” em serviços públicos escandalosamente remunerados, depois de já os pais terem acumulado reformas de montante disparatadamente elevado. Os próprios hierarcas da Igreja dos pedómanos papistas (até estes) levantam a voz esganiçada mimetizando o protesto, não vá dar-se o caso de lhes virem a perguntar se protestaram. Muitas revoluções houve que começaram por muito menos. Não espanta que o território vá assumindo as cores de uma situação pré -insurreccional. Espanta que tenha demorado tanto. Os palermas contam com a conjunção de actividades circenses, para distrair "a plebe". Rock in Rio, Europeu de Futebol, “Santos Populares”, Jogos Olímpicos. Isso distrairá alguma coisa, pelos menos para aqueles cuja subsistência não esteja em risco imediato. Nunca será suficiente para salvar este verão. Aliás, a receita velha ensina “panem et circenses”. Só o circo, nunca chegou. Em nenhum momento. E também os protestos de rua têm efeito multiplicador. E a inteligência disponível manifesta-se em consonância.
Sunday, June 1, 2008
PARVAGAL EM TEMPO DE VÉSPERAS
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